Washington se prepara para a posse: 28 grupos se inscreveram para protestar contra o novo presidente na sexta-feira (Alex Wong/Getty Images)
Rafael Kato
Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 16h35.
Última atualização em 20 de janeiro de 2017 às 10h05.
Reportagem publicada originalmente em EXAME Hoje, app disponível na App Store e no Google Play. Para ler esta reportagem antecipadamente, assine EXAME Hoje.
NOVA YORK — Donald J. Trump toma posse como o 45º presidente dos Estados Unidos na próxima sexta-feira 20 numa coleção de eventos que promete ser diferente, cara e provavelmente cheia de controvérsias.
As estimativas iniciais de custo estão entre 175 milhões e 200 milhões de dólares, um valor que inclui os bailes e festas oficiais, a cerimônia pública e o enorme contingente de segurança – entre os milhões de pessoas que acompanham o juramento no National Mall, um parque de Washington, espera-se a presença de cerca de 300.000 manifestantes contrários ao futuro presidente. “São números sem precedentes”, disse ao site Politico Mike Litterst, porta-voz do serviço nacional de parques, responsável pelos protestos que devem acontecer no Mall. O órgão costuma autorizar cinco ou seis registros de grupos interessados em fazer manifestações nas cerimônias de posse. Este ano, já são 28 os grupos credenciados.
O contingente de famosos presentes será muito diferente do que se costuma ver circulando pela capital americana em ano de posse. Ao assumir seu primeiro mandato, Obama teve como convidados os atores Dustin Hoffman, Tom Hanks e Denzel Washington e o diretor Steven Spielberg. Em sua primeira posse, o hino foi cantado por Aretha Franklin. Na segunda, por Beyoncé. A maioria dos artistas que se manifestaram a favor de Trump durante a campanha foram de terceiro e quarto escalão.
Durante semanas o nome mais conhecido confirmado para a cerimônia pública era o da soprano juvenil Jackie Evancho, 16. Evancho ficou célebre por chegar em segundo lugar no programa de calouros “America’s Got Talent” quando tinha 10 anos de idade. Mas, a uma semana do dia D, Trump recebeu o sim de Toby Keith, um dos maiores nomes da música country (apesar de ter pouca projeção fora dos Estados Unidos). Nomes apontados como possíveis atrações, como o cantor Elton John, o tenor Andrea Bocelli e o rapper Ice T disseram publicamente que não participariam do evento.
Os detalhes completos ainda não foram divulgados, mas ao que tudo indica os organizadores não estão preocupados com o calibre dos nomes envolvidos. Em dezembro, Trump disse no Twitter que queria uma celebração pouco extravagante – mais uma das suas surpresas, afinal de contas ele vive em um prédio que leva seu nome na Quinta Avenida e que é decorado com ouro e mármore italiano. “As celebridades chamadas ‘A’ querem ingressos para a posse, mas olhe o que elas fizeram por Hillary, NADA. Quero o POVO!”
A população deve lotar as ruas e garantir belas tomadas amplas na TV, mas os republicanos aparentemente estão tendo dificuldade para ocupar os quartos de hotel que reservaram com antecedência. Um email vazado há alguns dias dizia que ainda havia lugares disponíveis para os interessados em comparecer.
As claras diferenças com Trump devem manter bem longe de Washington membros importantes da ala tradicional do partido. Já os manifestantes anti-Trump planejam se fazer ouvir desde o anúncio da vitória do bilionário na eleição de novembro passado. O hotel Embassy Row vai receber uma festa da Marcha das Mulheres, marcada para o dia seguinte à posse. Espera-se a presença de 200.000 mulheres no evento – um protesto contra o novo presidente em seu primeiro dia no cargo.