Odebrecht: "há um acordo para que se investigue até as últimas consequências", disse uma deputada (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
AFP
Publicado em 12 de maio de 2017 às 09h12.
Última atualização em 12 de maio de 2017 às 09h13.
Uma suposta conexão argentina do escândalo de corrupção revelado pela operação "Lava Jato" será investigada na Argentina, após revelações de um operador da Odebrecht, revelou nesta quinta-feira a deputada governista Elisa Carrió.
"Após a divulgação do depoimento do operador da Odebrecht Leonardo Meirelles, falei com o presidente (Mauricio Macri) e há um acordo para que se investigue até as últimas consequências o caso das transferências", disse Carrió, amiga e aliada do chefe de Estado.
Em uma videoconferência ao procurador federal argentino Federico Delgado, Meirelles revelou ter feito 10 transferências em 2013, totalizando 850 mil dólares, para o atual chefe da agência de Inteligência argentina, Gustavo Arribas, segundo a imprensa local.
O objetivo seria garantir que a Odebrecht fosse contratada para uma obra pública da empresa estatal de águas.
No momento dos pagamentos, Arribas não ocupava cargo público e seus advogados informaram que ele reconhece apenas ter recebido 70 mil dólares de Meirelles pela venda de móveis de uma residência que mantinha no Brasil.
A denúncia original de supostos subornos foi revelada em janeiro passado, e Arribas prestou depoimento a uma comissão bicameral legislativa sobre atividades dos organismos de Inteligência, onde de declarou inocente.
Na ocasião, Carrió denunciou Arribas à Justiça, mas o caso foi encerrado por falta de provas. Posteriormente, os promotores conseguiram reabrir o caso.
Os advogados da Odebrecht se comprometeram a colaborar com a justiça argentina.