Companheira de brasileiro que tentou matar Cristina Kirchner é detida em Buenos Aires
A jovem de 23 anos concedeu uma entrevista na qual disse que convivia com Sabag Montiel há um mês
AFP
Publicado em 5 de setembro de 2022 às 07h13.
A companheira do homem acusado de tentar assassinar a vice-presidente argentina Cristina Kirchner foi detida no domingo em Buenos Aires por ordem da juíza que comanda a investigação.
A mulher, identificada como Brenda Uliarte, foi gravada na companhia do agressor Fernando Sabag Montiel no dia do atentado, 1º de setembro, de acordo com a imprensa, ao contrário de sua versão inicial de que não o encontrara nas 48 horas anteriores ao incidente.
A jovem de 23 anos concedeu uma entrevista na qual disse que convivia com Sabag Montiel há um mês. Ela afirmou que não sabia que ele tinha armas e que também não havia falado sobre Kirchner.
"Na verdade, não recordo de menções à vice-presidente. Reclamava do dólar e da economia, como todos", declarou ao canal Telefe.
Algumas horas antes, Gregorio Dalbón, advogado de Kirchner, afirmou que o homem que atacou a vice-presidente "não atuou sozinho".
O advogado ressaltou que, de acordo com suas próprias investigações, aconteceram eventos preparatórios e outras pessoas estavam cientes das intenções do agressor.
Cristina Kirchner, de 69 anos, escapou ilesa da tentativa de ataque com arma de fogo, que apesar de ter sido acionada duas vezes não disparou, na noite de quinta-feira (1), quando cumprimentava um grupo de simpatizantes que a esperavam na porta de sua casa em Buenos Aires.
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Sabag Montiel, de 35 anos, foi acusado pelo crime de tentativa de homicídio com agravante e até o momento se recusou a falar com a justiça.
O homem, nascido no Brasil, filho de mãe argentina e pai chileno, foi detido em 17 de março de 2021 por porte de arma branca, mas o caso foi encerrado. Ele tem um símbolo nazista tatuado.
"Posso antecipar que há mais pessoas envolvidas", insistiu Dalbón, antes de afirmar que "não são pessoas públicas, são como este menino".
O advogado criticou o fato de o telefone celular do agressor ter sofrido, já nas mãos dos investigadores, um dano que aparentemente impede o acesso às informações no aparelho.
"É incrível que cometam erros e percam dados tão importantes como os que surgem do telefone de um assassino neste caso", disse o advogado, que anunciou a abertura de outro processo por negligência.
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