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Como o mundo está reagindo à reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela

Países da América Latina, União Europeia e Estados Unidos se manifestaram contra o processo eleitoral que manterá Maduro na presidência até 2025

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas, dia 14/08/2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas, dia 14/08/2017 (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de maio de 2018 às 09h16.

CARACAS - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrentou nesta segunda-feira uma nova onda de condenação internacional depois de ter sido reeleito em uma votação denunciada por seus críticos como uma "farsa" para legitimar seu regime autocrático.

Apesar de sua baixa popularidade e da crise grave que o país petroleiro vive, Maduro, um ex-motorista de ônibus de 55 anos, derrotou com facilidade dois rivais pouco conhecidos devido à ausência das principais figuras de oposição na disputa, à proibição imposta a alguns partidos e à entrega de alimentos subsidiados e bônus.

As eleições registraram a menor participação em mais de duas décadas, segundo o pesquisador Félix Seijas, e Maduro obteve 1,7 milhão de votos a menos que na eleição anterior de 2013.

Seus dois adversários no pleito, o ex-governador Henri Falcón e o pastor evangélico Javier Bertucci, criticaram os resultados, denunciaram irregularidades e pediram novas eleições.

"A revolução chegou para ficar!", disse Maduro, exultante depois de ter sido declarado vencedor, diante de milhares de seguidores que festejavam e dançavam perto do palácio presidencial de Miraflores em Caracas, cantando "Vamos, Nico".

Embora não tenha dado detalhes, o presidente se comprometeu a resgatar uma economia que sofre com estagnação, hiperinflação e uma escassez crônica de produtos, e que se depara com grandes compromissos de dívida enquanto sua produção de petróleo despenca.

"Se o que podemos comprar agora é mandioca e sardinha, com outros seis anos com Maduro como presidente não comeremos nada, essa é a pátria que nos deram hoje os chavistas", se queixou a dona de casa Luisa Madrid, de 61 anos, na cidade de San Félix, no sul da Venezuela.

Vários países disseram que não reconhecerão os resultados das eleições, inclusive os Estados Unidos, que disseram no domingo que estudam novas sanções sobre o vital setor petroleiro, algo que poderia complicar ainda mais a economia venezuelana, dependente da exportação do produto.

"Ao próprio império eu digo, a sério, um passo atrás. Império gringo, um passo atrás", afirmou Maduro em seu discurso de vitória. "Já basta de tanto ataque e ameaça".

A América Latina e a União Europeia já haviam advertido que tampouco consideram o processo democrático.

"A farsa eleitoral (na Venezuela) não muda nada", escreveu no domingo no Twitter o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

O G20, que realizará uma reunião de chanceleres nesta segunda-feira em Buenos Aires, também emitirá uma resposta sobre os resultados das eleições venezuelanas.

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