Como a IA pode afetar a eleição nos EUA?
Programa explica como os partidos estão usando as novas tecnologias para ganhar vantagens nas campanhas
Repórter de macroeconomia
Publicado em 25 de maio de 2024 às 06h01.
Em janeiro, na campanha para as primárias de New Hampshire, nos Estados Unidos, muitos eleiores receberam um telefonema com uma voz que parecia ser do presidente, e candidato,Joe Biden. "É importante que você guarde seu voto para a eleição de novembro. Votar nesta terça só ajuda os republicanos em eleger Donald Trump de novo", dizia a gravação.
A mensagem era falsa e foi criada com auxílio de ferramentas de inteligência artificial. A partir de um trecho curto de vídeo real de uma pessoa, novos programas conseguem criar outros vídeos que imitam aquela mesma pessoa falando praticamente qualquer frase, com um nível de qualidade capaz de confundir muitos eleitores.
Estas novas funções podem ser usadas para o bem ou para o mal. Se de um lado trazem a possibilidade de criar mensagens falsas mais facilmente, por outro, podem ajudar as campanhas a ficarem mais baratas, ao facilitar a criação de conteúdos em vídeo.
"Hoje, é possível gravar um vídeo seu de 30 segundos e a gente produzir 1 milhão de vídeos com a sua imagem e a sua voz. Isso obviamente tem um impacto de produtividade imenso na produção de conteúdo", diz Mauricio Moura, professor da Universidade George Washington, no programa O Caminho para a Casa Branca . Assista a íntegra abaixo:
Moura comenta que uma candidata na Suíça, por exemplo, passou a usar IA para produzir vídeos em que fala de forma fluente em francês, italiano e alemão, sem precisar gravar mensagens nas três línguas.
Em outro caso, no Paquistão, uma candidata, Yasmin Rashid, estava presa e teve conteúdos produzidos por IA. Ela conseguiu um resultado acima do esperado.
"Nas primárias dos Estados Unidos, todas as campanhas usaram algum elemento de IA. A tendência é de aumentar esse uso nas eleições gerais", avalia Moura.
O Caminho para a Casa Branca é um programa coproduzido pela EXAME e pela Gauss Capital. Veja os programas anteriores no canal do YouTube da EXAME. Ouça também no Spotify.