Mundo

Com investimento anual de US$ 600 bi, pobreza poderia acabar

A estimativa está no novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) "Perspectivas sociais e de emprego no mundo 2016"


	Pobreza: de acordo com o documento, 36% do mundo emergente e em desenvolvimento vive na pobreza
 (Getty Images)

Pobreza: de acordo com o documento, 36% do mundo emergente e em desenvolvimento vive na pobreza (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2016 às 20h19.

O mundo precisa investir cerca de US$ 600 bilhões por ano, ou US$ 10 trilhões no total em mais de 15 anos, para erradicar a pobreza extrema e moderada globalmente até 2030.

A estimativa está no novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) "Perspectivas sociais e de emprego no mundo 2016 – Transformando empregos para acabar com a pobreza". 

Acabar com a pobreza até 2030 é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) assinados na Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável em 2015.

Os ODS deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional nos próximos quinze anos, sucedendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Na avaliação da OIT, o objetivo está em risco. De acordo com o documento, 36% do mundo emergente e em desenvolvimento vive na pobreza – com uma renda diária de menos de US$ 3,10 de paridade de poder aquisitivo - método que procura medir o quanto uma determinada moeda pode comprar em termos internacionais.

O relatório aponta que seria necessário o investimento adicional de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para eliminar tanto a extrema pobreza quanto a pobreza moderada nos países em desenvolvimento.

Empregos

No Brasil, os dados avaliados mostram que a extrema pobreza caiu de 3,9% entre 2004 e 2005 para 1,8% em 2013, enquanto a pobreza moderada caiu de 12,1% para 6,1% no mesmo período.

O relatório cita o Bolsa Família, que chega a aproximadamente um quarto da população brasileira. O programa foi responsável, de acordo com a OIT por 10% da redução da pobreza desde 1990.

O relatório conclui que o problema da pobreza persistente não pode ser resolvido apenas por transferências de renda, mais e melhores empregos são cruciais para atingir este objetivo.

Quase um terço dos extremamente ou moderadamente pobres nas economias em desenvolvimento têm empregos.

No entanto, seus empregos são vulneráveis por natureza: muitas vezes, estes empregos não são remunerados e estão concentrados em ocupações de baixa qualificação.

Além disso, na ausência de proteção social, estas pessoas dependem quase que exclusivamente da renda de seu trabalho.

Entre os países desenvolvidos, mais trabalhadores têm empregos assalariados, mas isso não os impede de cair na pobreza.

O relatório constata que a incidência da pobreza relativa aumentou um ponto percentual na União Europeia, desde o início da crise.

O relatório da OIT alerta que a redução continuada da pobreza está ameaçada não só pelo crescimento econômico fraco, mas por obstáculos estruturais fundamentais para a criação de empregos de qualidade.

Avanços

Nos últimos anos, houve avanços, de acordo com o relatório. A parcela da população que vive em extrema pobreza caiu de 46,9% em 1990 para pouco menos de 15% entre 107 países emergentes e em desenvolvimento. Já a pobreza moderada, caiu de 67,2% para 36,2%.

Os dados demonstram, no entanto, que o progresso sobre a pobreza tem sido desigual. A pobreza diminuiu rapidamente nos países de renda média, especialmente na região da Ásia e do Pacífico, mas em muito menor escala em países de renda baixa, onde 47,2% das pessoas permanecem na pobreza extrema.

Nos países desenvolvidos, por sua vez, a pobreza aumentou nos últimos anos, principalmente na União Europeia.

Acompanhe tudo sobre:Investimentos de governoONUPobreza

Mais de Mundo

Pelo menos seis mortos e 40 feridos em ataques israelenses contra o Iêmen

Israel bombardeia aeroporto e 'alvos militares' huthis no Iêmen

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos