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Colômbia condena possível intervenção militar na Venezuela

O presidente da Colômbia também pediu ao vice-presidente dos EUA que descarte uma possível ação militar contra o governo de Maduro

Santos e Pence: vice-presidente americano tem conversado com líderes da América Latina (Colombian Presidency/Handout via REUTERS/Reuters)

Santos e Pence: vice-presidente americano tem conversado com líderes da América Latina (Colombian Presidency/Handout via REUTERS/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 08h01.

São Paulo - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, condenou a possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela e pediu ao vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, que descarte uma possível ação militar contra o governo de Nicolás Maduro. Os dois deram uma rápida entrevista coletiva em Cartagena, onde Pence começou um giro pela América Latina.

"Eu disse ao vice-presidente que a possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela não deve ser contemplada", afirmou o presidente colombiano, em uma declaração conjunta com Pence. O movimento vem após um discurso de Trump, realizado na última sexta-feira, onde o presidente americano afirmou que os EUA não descartaram nenhuma opção para solucionar a crise na Venezuela, incluindo uma intervenção militar.

Na Venezuela, a declaração de Trump foi rechaçada tanto pelo governo quanto pela oposição. No sábado, o Ministério de Relações Exteriores venezuelano condenou as "declarações bélicas" de Trump e acusou Washington de atuar com "disposição imperial" e "vocação neocolonial" na América. Já a oposição adotou um tom mais discreta. De forma sutil, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), coalizão de quase três dezenas de partidos opositores, emitiu um comunicado onde se posiciona contra "o uso da força por parte de qualquer país na Venezuela".

Durante a coletiva, Pence disse que os EUA estão confiantes em relação a uma "solução pacífica" na Venezuela e que o governo Trump e o governo colombiano irão continuar a atuar juntos nessa questão. De acordo com o vice-presidente americano, os comentários de Trump simplesmente expressaram "determinação".

Nas últimas semanas, o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções contra integrantes do governo de Nicolás Maduro e contra o próprio presidente venezuelano, em uma atitude que foi comemorada pela oposição. A intensificação das sanções contra a Venezuela vem após as eleições e a implementação de uma Assembleia Constituinte, cuja função é a de reformular a Constituição e, possivelmente, dar mais poder a Maduro. Muitas das penalidades estavam relacionadas a acusações de violação dos direitos humanos durante os protestos contra o governo Maduro, que deixaram ao menos 122 mortos e quase 2 mil feridos desde abril.

Pence também foi questionado sobre os recentes comentários de Trump em relação às manifestações supremacistas brancas em Charlottesville, que deixaram uma mulher de 32 anos morta e outros 20 feridos. Em um pronunciamento feito no sábado, Trump disse que todos eram americanos e condenou atos de violência e intolerância, mas não citou os supremacistas brancos. "O presidente Trump claramente condenou os grupos de ódio. O pedido de união do presidente veio do coração", disse Pence.

Durante toda esta semana, Pence irá visitar, além da Colômbia, a Argentina, o Chile e o Panamá. A crise política, econômica e social da Venezuela está no topo da agenda de debates entre o vice-presidente americano e os líderes latinos.

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