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Coalizão relança ataques após fim da trégua no Iêmen

Um dos bombardeios atingiu o Palácio presidencialem Áden, e o outro, uma base de forças especiais

Militantes do movimento separatista do sul do Iêmen, em atividade na cidade de Áden (Saleh al-Obeidi/AFP)

Militantes do movimento separatista do sul do Iêmen, em atividade na cidade de Áden (Saleh al-Obeidi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2015 às 08h44.

Riad - A trégua de cinco dias decretada no Iêmen para permitir a chegada de ajuda humanitária ao país em guerra chegou ao fim às 17h (horário de Brasília) deste domingo.

Segundo relato de testemunhas e de fontes militares, dois ataques aéreos foram lançados pela coalizão liderada pela Arábia Saudita, neste domingo à noite, em Áden (sul), uma hora depois do fim da trégua.

Um dos bombardeios atingiu o Palácio presidencial, e o outro, uma base de forças especiais. Ambos os locais são controlados pelos rebeldes e por seus aliados, militares fiéis ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, acrescentaram as mesmas fontes consultadas pela AFP.

Interrogado após o término da trégua, o porta-voz da coalizão, o general de brigada Ahmed al-Assiri, não quis comentar uma eventual continuação do cessar-fogo humanitário.

Desde março passado, a coalizão árabe coordenada por Riad bombardeia as posições dos rebeldes xiitas huthis. Os huthis teriam tomado a capital, Sanaa, com o apoio do Irã e, agora, continuam ganhando terreno em outras áreas do país.

A trégua foi uma iniciativa da Arábia Saudita e acabou sendo respeitada globalmente, apesar de alguns confrontos entre forças pró-governo e rebeldes, que deixaram dezenas de mortos no sul do país, no sábado.

Hoje, o enviado das Nações Unidas para o Iêmen, Ismail Ould Sheikh Ahmed, pediu a todos os envolvidos que prolonguem a trégua por, no mínimo, mais cinco dias.

"Faço um apelo a todas as partes para que renovem seu compromisso com essa trégua por mais cinco dias, pelo menos", disse Ahmed, de Riad, onde assistiu a uma conferência dedicada a buscar uma saída política para o conflito.

O presidente Abd Rabo Mansur Hadi também participou. Atualmente, ele se encontra refugiado na Arábia Saudita.

"Não vai haver uma solução para essa crise sem um diálogo global, que não exclua ninguém", advertiu o representante da ONU, referindo-se à ausência dos huthis, os quais pedem que as negociações sejam no Iêmen.

Na conferência, que contou com a presença de cerca de 400 pessoas, Hadi denunciou que os rebeldes organizaram um "golpe de Estado". Ele reiterou que os huthis são apoiados pelo Irã. Teerã sempre negou que tenha fornecido qualquer ajuda militar aos insurgentes.

Como parte da ajuda humanitária mobilizada graças à trégua, chegou ao Golfo de Áden, neste domingo, o cargueiro iraniano "Shahed" com cerca de 2.500 toneladas de ajuda com artigos de primeira necessidade, como farinha, arroz, medicamentos e água.

A ONU considera "catastrófica" a situação humanitária no Iêmen, onde mais de 1.600 pessoas, entre elas vários civis, morreram desde março.

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