Cientista iraniano morre em atentado; governo acusa Israel e EUA
Ahmadi Roshan trabalhava na central de enriquecimento de urânio de Natanz, em Teerã
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2012 às 19h36.
São Paulo - O cientista nuclear iraniano Mostafa Ahmadi Roshan morreu nesta quarta-feira em um atentado com carro-bomba em Teerã, em uma ação atribuída pelo regime islâmico a Israel e em mais um episódio da tensão entre a comunidade internacional e o Irã por seu programa nuclear.
Ahmadi Roshan trabalhava na central de enriquecimento de urânio de Natanz (centro), informou a agência Mehr.
O vice-governador de Teerã, Safar Ali Baratloo, atribuiu o atentado à "entidade sionista" israelense, ao alegar que o método utilizado - dois motociclistas que prendem uma bomba magnética a um veículo - é similar ao empregado para matar outros três cientistas iranianos nos últimos dois anos.
O ataque aconteceu durante a manhã perto da Universidade Alameh Tabatabai, zona leste da capital iraniana.
Ahmadi Roshan, de 32 anos, morreu na hora e seu guarda-costas faleceu logo depois, segundo as agências Fars e ILNA. O terceiro ocupante do carro está hospitalizado.
"O engenheiro Ahmadi Roshan, que há nove anos se formou em Química na Universidade Sharif, era o vice-diretor para assuntos comerciais da central de Nantanz", destacou a agência Mehr.
Natanz é a principal central de enriquecimento de urânio do Irã e tem mais de 8.000 centrífugas. A Universidade Sharif de Teerã é a de maior prestígio entre os centros de formação científica do país.
Outra agência iraniana, a Fars, afirmou, com base no depoimento de um colega de Ahmadi Roshan, que o cientista trabalhava em um projeto de membranas de polímeros utilizados na separação de gases.
Ele também era um acadêmico e membro da milícia basiyi controlada pela Guarda Revlucionária, segundo comunicado do grupo.
No Parlamento iraniano, a notícia foi recebida pelos deputados com gritos de "Morte a Israel" e "Morte aos Estados Unidos".
"Atualmente, os que alegam lutar contra o terrorismo atacam nossos cientistas. Mas devem saber que os cientistas iranianos estão mais decididos do que nunca a avançar pelo caminho do progresso científico", afirmou o vice-presidente iraniano, Mohamad Reza Rahimi.
Tanto a imprensa como autoridades iranianas acusam a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de ter passado o nome de Roshan aos serviços secretos israelenses e americanos. "Os inspetores da AIEA se reuniram com ele há pouco", noticiou a agência Mehr.
A agência atômica iraniana emitiu um comunicado no qual confirma que Roshan "trabalhava na indústria nuclear" e acrescentou que "as ações fúteis dos regimes criminosos israelenses e americano não interferirão no caminho que o povo iraniano escolheu".
Rahmini, que está à frente do executivo devido à ausência do presidente Mahmud Ahmadinejad, em visita à América Latina, afirmou que "eles (Israel e Estados Unidos) devem saber que os cientistas iranianos estão mais determinados do que nunca no progresso do Irã".
Em Israel, o porta-voz militar, general Yoav Mordechai, informou que ignorava quem foi o responsável pelo atentado, que qualificou de ato de "vingança".
"Não sei quem se vingou do cientista iraniano, mas não vou derramar nenhuma lágrima", disse.
O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, está em uma viagem por países da América Latina hostis aos Estados Unidos. Nesta quarta-feira viajará de Nicarágua a Cuba.
A viagem acontece em um momento de forte pressão dos países ocidentais, que suspeitam que a meta do programa nuclear iraniano é produzir uma bomba atômica. Os Estados Unidos reforçaram as sanções e a União Europeia anunciou um princípio de acordo para decretar um embargo às importações de petróleo iraniano.
Nesta quarta-feira, quatro embaixadores ocidentais acusaram o Irã perante a ONU de cometer uma "clara ruptura das resoluções do Conselho de Segurança com o enriquecimento de urânio a 20%".
A República Islâmica já foi objeto de seis condenações do Conselho de Segurança da ONU e de severas sanções internacionais por suas atividades nucleares.
Teerã nega um objetivo militar e alega que o programa nuclear tem apenas finalidades civis.
Para aumentar a tensão, na semana passada o Irã advertiu contra a presença militar americana no Golfo Pérsico e ameaçou fechar o Estreito de Ormuz, por onde passa 35% do transporte marítimo mundial de petróleo.
Dois dos três cientistas iranianos assassinados desde janeiro de 2010 trabalhavam para o programa nuclear do país.
O atual diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica, Fereydun Abasi, escapou de um atentado similar em 2010. Ele conseguiu escapar de um automóvel ao perceber que um motociclista havia fixado uma bomba na porta do veículo, segundo o governo iraniano.
As autoridades iranianas acusam Israel e Estados Unidos de responsabilidade pelos atentados, assim como por um ataque virtual com o vírus Stuxnet, que teria afetado atividades de enriquecimento de urânio do Irã em 2010.
São Paulo - O cientista nuclear iraniano Mostafa Ahmadi Roshan morreu nesta quarta-feira em um atentado com carro-bomba em Teerã, em uma ação atribuída pelo regime islâmico a Israel e em mais um episódio da tensão entre a comunidade internacional e o Irã por seu programa nuclear.
Ahmadi Roshan trabalhava na central de enriquecimento de urânio de Natanz (centro), informou a agência Mehr.
O vice-governador de Teerã, Safar Ali Baratloo, atribuiu o atentado à "entidade sionista" israelense, ao alegar que o método utilizado - dois motociclistas que prendem uma bomba magnética a um veículo - é similar ao empregado para matar outros três cientistas iranianos nos últimos dois anos.
O ataque aconteceu durante a manhã perto da Universidade Alameh Tabatabai, zona leste da capital iraniana.
Ahmadi Roshan, de 32 anos, morreu na hora e seu guarda-costas faleceu logo depois, segundo as agências Fars e ILNA. O terceiro ocupante do carro está hospitalizado.
"O engenheiro Ahmadi Roshan, que há nove anos se formou em Química na Universidade Sharif, era o vice-diretor para assuntos comerciais da central de Nantanz", destacou a agência Mehr.
Natanz é a principal central de enriquecimento de urânio do Irã e tem mais de 8.000 centrífugas. A Universidade Sharif de Teerã é a de maior prestígio entre os centros de formação científica do país.
Outra agência iraniana, a Fars, afirmou, com base no depoimento de um colega de Ahmadi Roshan, que o cientista trabalhava em um projeto de membranas de polímeros utilizados na separação de gases.
Ele também era um acadêmico e membro da milícia basiyi controlada pela Guarda Revlucionária, segundo comunicado do grupo.
No Parlamento iraniano, a notícia foi recebida pelos deputados com gritos de "Morte a Israel" e "Morte aos Estados Unidos".
"Atualmente, os que alegam lutar contra o terrorismo atacam nossos cientistas. Mas devem saber que os cientistas iranianos estão mais decididos do que nunca a avançar pelo caminho do progresso científico", afirmou o vice-presidente iraniano, Mohamad Reza Rahimi.
Tanto a imprensa como autoridades iranianas acusam a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de ter passado o nome de Roshan aos serviços secretos israelenses e americanos. "Os inspetores da AIEA se reuniram com ele há pouco", noticiou a agência Mehr.
A agência atômica iraniana emitiu um comunicado no qual confirma que Roshan "trabalhava na indústria nuclear" e acrescentou que "as ações fúteis dos regimes criminosos israelenses e americano não interferirão no caminho que o povo iraniano escolheu".
Rahmini, que está à frente do executivo devido à ausência do presidente Mahmud Ahmadinejad, em visita à América Latina, afirmou que "eles (Israel e Estados Unidos) devem saber que os cientistas iranianos estão mais determinados do que nunca no progresso do Irã".
Em Israel, o porta-voz militar, general Yoav Mordechai, informou que ignorava quem foi o responsável pelo atentado, que qualificou de ato de "vingança".
"Não sei quem se vingou do cientista iraniano, mas não vou derramar nenhuma lágrima", disse.
O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, está em uma viagem por países da América Latina hostis aos Estados Unidos. Nesta quarta-feira viajará de Nicarágua a Cuba.
A viagem acontece em um momento de forte pressão dos países ocidentais, que suspeitam que a meta do programa nuclear iraniano é produzir uma bomba atômica. Os Estados Unidos reforçaram as sanções e a União Europeia anunciou um princípio de acordo para decretar um embargo às importações de petróleo iraniano.
Nesta quarta-feira, quatro embaixadores ocidentais acusaram o Irã perante a ONU de cometer uma "clara ruptura das resoluções do Conselho de Segurança com o enriquecimento de urânio a 20%".
A República Islâmica já foi objeto de seis condenações do Conselho de Segurança da ONU e de severas sanções internacionais por suas atividades nucleares.
Teerã nega um objetivo militar e alega que o programa nuclear tem apenas finalidades civis.
Para aumentar a tensão, na semana passada o Irã advertiu contra a presença militar americana no Golfo Pérsico e ameaçou fechar o Estreito de Ormuz, por onde passa 35% do transporte marítimo mundial de petróleo.
Dois dos três cientistas iranianos assassinados desde janeiro de 2010 trabalhavam para o programa nuclear do país.
O atual diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica, Fereydun Abasi, escapou de um atentado similar em 2010. Ele conseguiu escapar de um automóvel ao perceber que um motociclista havia fixado uma bomba na porta do veículo, segundo o governo iraniano.
As autoridades iranianas acusam Israel e Estados Unidos de responsabilidade pelos atentados, assim como por um ataque virtual com o vírus Stuxnet, que teria afetado atividades de enriquecimento de urânio do Irã em 2010.