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CIDH faz visita surpresa a prisão na Nicarágua

Um relatório, apresentado em 22 de junho, advertiu da existência na Nicarágua de "padrão de detenções arbitrárias" de jovens no contexto dos protestos

Nicarágua: mais de 212 pessoas morreram desde que começaram os protestos no país, em 18 de abril (Oswaldo Rivas/Reuters)

Nicarágua: mais de 212 pessoas morreram desde que começaram os protestos no país, em 18 de abril (Oswaldo Rivas/Reuters)

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AFP

Publicado em 28 de junho de 2018 às 17h35.

Uma missão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) realizou nesta quinta-feira (28) uma visita surpresa à prisão de segurança máxima "El Chipote", em Manágua, para conhecer a situação dos nicaraguenses detidos no âmbito dos protestos.

A visita "é simplesmente para observar a situação de direitos humanos das pessoas que estão" na prisão, explicou a jornalistas Fiorella Melzi, membro da equipe da CIDH que chegou ao país no domingo.

A comitiva, também integrada por Álvaro Botero, passou mais de uma hora esperando que as autoridades carcerárias permitissem sua entrada em El Chipote, em cujos arredores dezenas de mães exigem há dias a libertação de seus filhos.

"Em geral, as visitas de monitoramento não são informadas com antecedência (...) estamos esperando para poder entrar", indicou Botero, que disse desejar conhecer as condições dos detidos, se são bem tratados e se estão respeitando seu direito ao devido processo.

Um relatório da CIDH, apresentado em 22 de junho ante o Conselho Permanente da OEA em Washington, advertiu da existência na Nicarágua de "um padrão de detenções arbitrárias" de jovens no contexto dos protestos.

A CIDH recebeu mais de 1.000 denúncias de violações aos direitos humanos em uma primeira visita realizada em maio.

O organismo enviou esta semana uma nova missão para verificar a situação de direitos humanos, em meio à violenta repressão dos protestos contra o governo.

A CIDH exige que a Nicarágua acabe com a repressão, desmantele as forças parapoliciais e respeite o direito ao devido processo aos detidos.

Mais de 212 pessoas morreram desde que começaram os protestos no país, em 18 de abril, segundo grupos humanitários.

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