Ásia: só na Índia, quase 100 pessoas morreram em inundações e deslizamentos de terra (Anuwar Hazarika/Reuters)
AFP
Publicado em 17 de julho de 2019 às 14h47.
As chuvas de monção mataram mais de 270 pessoas nos últimos dias no sul da Ásia, afetando milhões de habitantes - informa um novo balanço divulgado nesta quarta-feira (17) pelas autoridades dos diferentes países afetados.
As monções, que atingem este subcontinente de junho a setembro, são essenciais para a irrigação de cultivos e o armazenamento de água de que os habitantes de Índia, Bangladesh, Paquistão e Nepal necessitam. A cada ano, porém, as chuvas também são acompanhadas de morte e destruição.
Na Índia, quase 100 pessoas morreram em inundações e deslizamentos de terra em diferentes partes do norte do país. Os estados de Bihar e Assam registraram mais da metade dessas mortes, com dezenas de milhares de pessoas deslocadas.
"Há 15 dias toda a área está inundada", disse à AFP um morador de Assam. "O dano (material) é terrível. O gado também foi afetado. Tudo foi destruído", lamentou.
O Exército indiano foi mobilizado para realizar tarefas de resgate neste grande estado do noroeste do país, enquanto os guardas florestais do parque natural de Kaziranga ajudam os animais a escapar das correntes de água.
Cerca de um terço de Bangladesh, em um delta sulcado por centenas de rios, está atualmente debaixo d'água, declarou à AFP Arifuzzaman Bhuyan, do centro de prevenção de inundações desse país.
Pelo menos 14 rios, entre eles o Brahmaputra, saíram de seu leito e ultrapassaram os níveis considerados perigosos, detalhou.
Até agora, as monções deixaram 59 mortos, entre os quais dez nos enormes campos de refugiados rohingyas vindos de Mianmar.
"Choveu muito nos últimos dias. Os deslizamentos atingiram muitas casas, e as pessoas estão sofrendo", relatou Sanjida Begum, morador do distrito de Cox's Bazar (sudeste), região onde há um milhão de refugiados rohingyas.
"As crianças são arrastadas quando tentam atravessar as torrentes de água", acrescentou.
No Nepal, as inundações mataram pelo menos 83 pessoas, e 17.000 famílias tiveram de deixar suas casas.
O nível da água começou a baixar, e algumas famílias já retornaram para suas residências, informou à AFP um porta-voz do Ministério do Interior.
No Paquistão, as autoridades contabilizaram 30 mortos, sete deles membros de uma mesma família atingida pelo telhado de sua casa perto da cidade de Lahore.
Os especialistas em Saúde apontam riscos de epidemias e lançaram um apelo à ajuda internacional.
Na segunda-feira, a ONU declarou que está preparada para fornecer sua ajuda às autoridades dos países afetados.