Pequim - O governo da China anunciou nesta quarta-feira que vai relaxar algumas restrições sobre as produções cinematográficas, em um pequeno passo para uma maior liberdade de expressão que foi recebido com cautela pelos cineastas chineses, para quem as autoridades vão continuar a manter um controle rígido.

Os diretores de cinema chineses não serão mais obrigados a apresentar os roteiros às autoridades para revisão e aprovação antes de gravar um filme, de acordo com o site do governo. Mas os filmes continuarão a ser submetidos à pré-aprovação em um dos sistemas de censura mais rigorosos do mundo, no segundo maior mercado de cinema depois dos EUA.

As medidas parecem ser um primeiro, embora pequeno, gesto para expandir alguns direitos relacionados à liberdade de expressão, desde que esperanças de uma reforma política se intensificaram quando uma nova liderança assumiu o poder em março.

Em seu anúncio, o governo não deu uma razão para o relaxamento, mas disse que além de ajudar a inaugurar novas técnicas de gestão, queria incentivar a interação entre as forças do mercado, expectativas sociais e habilidades profissionais.

Os regulamentos aprovados em 11 de julho pelo Conselho de Estado da China não esclarecem quando as mudanças entrarão em vigor.

Cineastas chineses, que há muito fazem lobby para que as restrições sejam suspensas, receberam bem as mudanças, mas disseram ser muito cedo para comemorar.

"A censura de filmes concluídos ainda existe", escreveu o diretor de cinema Zhang Qi em seu microblog.

"Além do mais, sob a nova regulamentação, os riscos de censura serão suportados integralmente pelos produtores e criadores. Contudo, espero que este será um bom começo." O produtor executivo Tang Yi escreveu em seu microblog: "A única saída para a censura de cinema da China é a implementação de um sistema de classificação." A China não tem um sistema de classificação de filmes que ajude os usuários a escolher os filmes apropriados.