Mundo

China pode punir Hong Kong por protestos, diz ex-chefe de BC

Pequim vai punir Hong Kong caso os protestos que paralisam há um mês partes do centro financeiro asiático, controlado pela China, tenham permissão de continuar


	Protesto em Hong Kong: Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas no auge das manifestações para exigir maior democracia
 (Carlos Barria/Reuters)

Protesto em Hong Kong: Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas no auge das manifestações para exigir maior democracia (Carlos Barria/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2014 às 08h57.

Hong Kong - Um membro da entidade que aconselha o Banco Central chinês alertou, nesta quarta-feira, que Pequim vai punir Hong Kong caso os protestos que paralisam há um mês partes do centro financeiro asiático, controlado pela China, tenham permissão de continuar.

Joseph Yam, vice-presidente-executivo da Sociedade Chinesa para Financiamento e Serviço Bancário e ex-presidente do Banco Central de Hong Kong, disse que a integridade financeira e a estabilidade da cidade também estão em risco.

“A prosperidade econômica de Hong Kong foi construída sobre seu papel de intermediário entre a China continental e o exterior, especialmente no reino financeiro”, disse Yam, que pediu para que os manifestantes, em grande parte estudantes, voltassem para casa. 

“(Quando) o intermediário não coopera, não traz confiança, dá trabalho, a China continental com certeza vai reduzir sua confiança, começar de novo em outro lugar e reduzir as políticas preferenciais concedidas a Hong Kong em meio ao processo de reforma econômica", afirmou.

O alerta aconteceu horas antes de o principal conselho parlamentar da China ter expulsado o legislador James Tien Pei-chun, de Hong Kong, por ter pedido para que o controverso chefe executivo da cidade, Leung Chun-ying, deixasse o cargo. Tien disse, após a notícia, que renunciaria como líder do Partido Liberal de Hong Kong. 

Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas no auge das manifestações para exigir maior democracia na ex-colônia britânica, embora o número de manifestantes tenha caído para centenas nas últimas semanas.

Os protestos foram desencadeados pela imposição da China sobre um restritivo processo eleitoral para escolher o próximo líder do território em 2017, sob o qual seriam permitidos apenas candidatos pré-aprovados por um comitê de 1.200 pessoas repleto de aliados de Pequim.  Os poderosos magnatas da cidade haviam alertado, antes mesmos dos protestos, que manifestações poderiam ameaçar a estabilidade financeira da cidade, embora tenham permanecido, em grande parte, silenciosos.

A declaração de Yam aconteceu ao mesmo tempo que o secretário de Hong Kong para Serviços Financeiros e Tesouro, K.C. Chan, disse em uma sessão do Conselho Legislativo que o sistema financeiro da cidade funciona normalmente durante os protestos.  “O sistema cambial é robusto, as taxas de juros permanecem estáveis, e não há evidências de fluxo de saída anormal de fundos”, disse Chan. 

“Quando ao impacto de médio e longo prazo sobre a indústria financeira de Hong Kong, nós não temos dados suficientes para fazer uma avaliação precisa. No entanto, quaisquer protestos prolongados teriam um inevitável efeito na confiança de investidores locais e externos, o que, em troca, aumentaria o potencial risco ao nosso mercado financeiro”, disse ele.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaDemocraciaHong KongMetrópoles globaisPequim

Mais de Mundo

Bukele promete melhorar economia de El Salvador, mas com 'remédio amargo'

Nasa aborta lançamento de nave da Boeing 3 minutos antes da partida

Eleições na Índia: Modi deve conquistar novo mandato e ampliar maioria, diz boca-de-urna

Polícia iraniana prende 35 pessoas em reunião 'satanista'

Mais na Exame