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China perto de destronar o Japão como 2ª economia mundial

Governo chinês acredita que o PIB do país já ultrapassou o dos japoneses; desafio é superar dependência de exportações

Em 2009, o PIB chinês encostou no do Japão, 10 vezes menos povoado (.)

Em 2009, o PIB chinês encostou no do Japão, 10 vezes menos povoado (.)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2010 às 09h18.

Pequim - A China está a ponto de destronar o Japão como segunda economia mundial, o que demonstra sua ascensão contínua ao longo dos últimos anos, e também a necessidade de reorientar seu crescimento para depender menos das exportações.

O esperado acontecimento ocorre depois das recentes conquistas por parte do país mais povoado do planeta dos títulos de primeiro exportador, primeiro mercado automobilístico e primeiro produtor siderúrgico mundial.

Em 2009, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês encostou no do Japão - 10 vezes menos povoado e, portanto, 10 vezes mais rico por habitante-, com 4,980 trilhões de dólares contra 5,007 trilhões.

O Japão tem previsto divulgar na segunda-feira o total de seu PIB para o primeiro semestre de 2010, mas a China já está convencida de que sua cifra será superior à japonesa.

"A China já é a segunda economia mundial", declarou recentemente Yi Gang, vice-presidente do banco central chinês.

De qualquer maneira, alguns analistas acham que a China poderá equivocar-se a recente valorização do iene em relação ao dólar permitirá ao Japão conservar seu segundo lugar, atrás dos Estados Unidos.

Takahide Kiuchi, da Nomura Securities, acredita num PIB japonês de 2,647 trilhões de dólares para o período de janeiro a junho, contra 2,53 trilhões para o PIB chinês publicado em julho.

No entanto, a chegada da China à segunda posição parece inevitável, enfatiza Arthur Kroeber, diretor de gabinete da consultoria Dragonomics, com sede em Pequim, apesar de pairar dúvidas sobre a qualidade de seu crescimento.


Segundo Kroeber, os dirigentes políticos chineses devem romper com a mentalidade que privilegia o crescimento a qualquer preço, um pensamento que "ainda está muito presente em sua burocracia".

"Insistir numa taxa de crescimento elevada pode introduzir mais distorções na economia. Na realidade, devemos nos concentrar nos meios de melhorar a qualidade do crescimento", afirma Kroeber.

"A China se encontra numa encruzilhada", concorda Patrick Chovanec, professor da Escola de Economia e Gestão da Universidade de Tsinghua em Pequim.

"A China se acha diante a mesma problemática que o Japão nos anos 1980: adaptar-se ou persistir no caminho de uma economia empurrada pelas exportações", explica Chovanec.

Desde o lançamento da política de reforma e abertura no final dos anos 70 por parte de Deng Xiaoping, a China superou a Grã-Bretanha, a França e a Alemanha em termos de PIB e Banco Mundial (Bird) e no Fundo Monetário Mundial (FMI).

Mas este crescimento excepcional também teve como corolário o aumento das desigualdades entre uma classe média urbana, que tem agora moradia e automóveis, e centenas de milhões de pobres, alguns dos quais vivem com menos de 0,50 centavo de dólar por dia.

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