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China enfrenta riscos sociais e financeiros com urbanização

Transferir pessoas do interior para as cidades é uma prioridade política para os novos líderes da China

Multidão caminha pelo centro histórico de Pequim, na China:  população urbana do país já supera os 700 milhões (Martin Puddy/Corbis/Latin Stock)
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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2013 às 09h56.

Pequim - A urbanização chinesa pode alimentar tensões sociais pela posse fundiária e gerar riscos financeiros se o dinheiro for gasto irresponsavelmente, disseram um dirigente comunista e um importante economista, nesta quinta-feira.

Transferir pessoas do interior para as cidades é uma prioridade política para os novos líderes da China , que tentam sustentar um crescimento econômico que se desacelerou no ano passado para 7,8 por cento, menor índice em 13 anos. O governo agora espera que 60 por cento dos quase 1,4 bilhão de chineses estejam radicados em áreas urbanas até 2020.

A população urbana, que era inferior a 200 milhões três décadas atrás, já supera os 700 milhões, uma explosão que às vezes gera confrontos violentos por causa da expropriação de terras agrícolas para o desenvolvimento imobiliário, além de poluição, escassez de água e outros problemas.

"Esses são severos desafios conforme tentamos sustentar o processo de urbanização", disse Chen Xiwen, chefe do Departamento do Grupo de Comando do Trabalho Rural Central, órgão que direciona a política agrária chinesa.

"Muita gente tem preocupações, e tais preocupações são compreensíveis", disse ele numa entrevista coletiva durante a sessão anual do Parlamento chinês.


O governo, segundo Chen, deve proteger os agricultores contra a perda das suas terras nesse processo, já que governos locais têm dependido muito da venda de terras para financiar investimentos, segundo o dirigente.

"Se o processo de urbanização se tornar um processo de privar e prejudicar os interesses dos agricultores, ele não pode ser sustentado, e a sociedade não pode manter a estabilidade", afirmou.

Li Yining, influente economista da Universidade de Pequim, alertou que os bancos chineses podem ser arrastados para mais uma fase de gastos descontrolados, o que pode gerar uma crise financeira.

"Quando falamos de urbanização, parece que todo o país está entrando em uma ação de massa para gastar pesadamente... isso pode desencadear uma crise financeira", disse ele na mesma entrevista coletiva.

A China planeja divulgar diretrizes para a urbanização no primeiro semestre deste ano, disse na quarta-feira o chefe da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal agência de planejamento econômico. A comissão previu que o índice de urbanização no país subirá de 52,57 por cento em 2012 para 53,37 por cento em 2013.

Os líderes chineses já prometeram reformar o rígido sistema de registro domiciliar, chamado "hukou", o que pode ajudar a transformar milhões de trabalhadores rurais em consumidores urbanos.

O sistema "hukou" divide a população chinesa entre cidadãos urbanos e rurais, impedindo que milhões deles, registrados como camponeses, se estabeleçam nas cidades e desfrutem de serviços básicos.

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Pequim - A urbanização chinesa pode alimentar tensões sociais pela posse fundiária e gerar riscos financeiros se o dinheiro for gasto irresponsavelmente, disseram um dirigente comunista e um importante economista, nesta quinta-feira.

Transferir pessoas do interior para as cidades é uma prioridade política para os novos líderes da China , que tentam sustentar um crescimento econômico que se desacelerou no ano passado para 7,8 por cento, menor índice em 13 anos. O governo agora espera que 60 por cento dos quase 1,4 bilhão de chineses estejam radicados em áreas urbanas até 2020.

A população urbana, que era inferior a 200 milhões três décadas atrás, já supera os 700 milhões, uma explosão que às vezes gera confrontos violentos por causa da expropriação de terras agrícolas para o desenvolvimento imobiliário, além de poluição, escassez de água e outros problemas.

"Esses são severos desafios conforme tentamos sustentar o processo de urbanização", disse Chen Xiwen, chefe do Departamento do Grupo de Comando do Trabalho Rural Central, órgão que direciona a política agrária chinesa.

"Muita gente tem preocupações, e tais preocupações são compreensíveis", disse ele numa entrevista coletiva durante a sessão anual do Parlamento chinês.


O governo, segundo Chen, deve proteger os agricultores contra a perda das suas terras nesse processo, já que governos locais têm dependido muito da venda de terras para financiar investimentos, segundo o dirigente.

"Se o processo de urbanização se tornar um processo de privar e prejudicar os interesses dos agricultores, ele não pode ser sustentado, e a sociedade não pode manter a estabilidade", afirmou.

Li Yining, influente economista da Universidade de Pequim, alertou que os bancos chineses podem ser arrastados para mais uma fase de gastos descontrolados, o que pode gerar uma crise financeira.

"Quando falamos de urbanização, parece que todo o país está entrando em uma ação de massa para gastar pesadamente... isso pode desencadear uma crise financeira", disse ele na mesma entrevista coletiva.

A China planeja divulgar diretrizes para a urbanização no primeiro semestre deste ano, disse na quarta-feira o chefe da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal agência de planejamento econômico. A comissão previu que o índice de urbanização no país subirá de 52,57 por cento em 2012 para 53,37 por cento em 2013.

Os líderes chineses já prometeram reformar o rígido sistema de registro domiciliar, chamado "hukou", o que pode ajudar a transformar milhões de trabalhadores rurais em consumidores urbanos.

O sistema "hukou" divide a população chinesa entre cidadãos urbanos e rurais, impedindo que milhões deles, registrados como camponeses, se estabeleçam nas cidades e desfrutem de serviços básicos.

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