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China amplia seu arsenal nuclear mais rápido do que o previsto, dizem EUA

De acordo com o relatório do Pentágono, a China poderá ter 700 ogivas nucleares em 2027 e chegar a 1.000 em 2030, um arsenal duas vezes e meia maior do que os Estados Unidos previram há apenas um ano

China: O país está construindo uma "tríade nuclear" com a capacidade de lançar armas nucleares a partir de mísseis balísticos lançados por terra, ar e de submarinos, segundo o relatório (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 17h35.

A China está desenvolvendo seu arsenal nuclear muito mais rápido do que o esperado, aponta um relatório divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Pentágono.

De acordo com o levantamento, a China poderá ter 700 ogivas nucleares em 2027 e chegar a 1.000 em 2030, um arsenal duas vezes e meia maior do que o Pentágono previu há apenas um ano.

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Como os Estados Unidos e a Rússia, as duas maiores potências nucleares, a China está construindo uma "tríade nuclear" com a capacidade de lançar armas nucleares a partir de mísseis balísticos lançados por terra, ar e de submarinos, segundo o relatório.

O estudo acrescenta que a China provavelmente não busca a capacidade de lançar um ataque nuclear não provocado contra um adversário nuclear - principalmente os Estados Unidos - mas deseja dissuadir outros de fazê-lo, mantendo uma ameaça de retaliação nuclear.

Há um ano, o relatório do Pentágono sobre a China afirmava que o país tinha cerca de 200 ogivas e que as dobraria até 2030. Mas, nos últimos meses, pesquisadores independentes publicaram fotos de satélite de novos silos de mísseis nucleares no oeste do gigante asiático.

Principal adversário dos EUA

O Pentágono declarou a China como sua principal preocupação de segurança para o futuro, enquanto Pequim promete transformar o Exército de Libertação Popular (ELP) em uma "força de nível mundial" até 2049, de acordo com seu plano oficial.

A China expande suas forças aéreas, espaciais e marítimas com o objetivo de projetar seu poder globalmente, como fazem os militares dos Estados Unidos há décadas.

A rivalidade aumentou a preocupação com um possível confronto entre Estados Unidos e China, especialmente em relação a Taiwan, uma democracia autônoma que a China reivindica como seu território, mas tem o apoio de Washington.

O novo relatório do Pentágono afirma que a rápida modernização militar da China visa ter até 2027 a capacidade de superar qualquer retrocesso nos esforços para retomar Taiwan, seja por pressão ou força militar.

Crise de outubro de 2020

O relatório confirma recentes revelações feitas pela imprensa de que em outubro de 2020 funcionários do Pentágono foram forçados a reprimir as preocupações de Pequim de que os EUA, em meio a tensões internas decorrentes das eleições presidenciais, pretendiam instigar um conflito no Mar da China Meridional.

Expondo seus temores, o ELP intensificou suas advertências na mídia estatal, lançou exercícios militares em grande escala e expandiu suas mobilizações, segundo o relatório.

Só depois que altos funcionários do Pentágono se comunicaram diretamente com seus homólogos chineses é que as preocupações diminuíram e um porta-voz da defesa de Pequim anunciou publicamente que os Estados Unidos não planejavam desencadear uma crise.

"Esses eventos destacaram o potencial para mal-entendidos e erros de cálculo e destacaram a importância de uma comunicação eficaz e oportuna", acrescentou o documento.

O relatório também questiona as intenções do ELP em relação à investigação biológica de substâncias com potencial uso médico e militar.

"Estudos conduzidos em instituições médicas militares na República Popular da China abordaram a identificação, teste e caracterização de várias famílias de toxinas potentes com aplicações de uso duplo", levantando preocupações sobre as diretrizes globais para armas biológicas e químicas.

Esses temores aumentaram desde o início de 2020, após o surgimento da pandemia do coronavírus na região de um laboratório chinês com ligações ao ELP em Hunan.

A China nega que o laboratório tenha algo a ver com o surto de covid-19, mas os pesquisadores internacionais têm acesso limitado às suas instalações.

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