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China alerta que alianças 'tipo Otan' na Ásia-Pacífico podem levar a conflitos

As declarações do ministro Li Shangfu aconteceram um dia após as manobras perigosas de navios militares da China e dos Estados Unidos perto do Estreito de Taiwan

China: mísseis balísticos DF-26 exibidos durante desfile militar em Pequim. (Andy Wong - Pool/Getty Images)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 4 de junho de 2023 às 09h21.

O ministro da Defesa da China criticou neste domingo (4) o estabelecimento de alianças militares do "tipo Otan" na região Asia-Pacífico, que segundo ele podem resultar em uma série de conflitos.

As declarações do ministro Li Shangfu aconteceram um dia após as manobras perigosas de navios militares da China e dos Estados Unidos perto do Estreito de Taiwan, um evento que irritou as duas potências.

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"As tentativas de estimular (alianças do) tipo Otan na Ásia-Pacífico são uma forma de sequestrar os países da região e de exagerar os conflitos e os confrontos", afirmou Li durante a reunião de segurança Diálogo de Shangri-La, em Singapura, que também contou com a presença de seu homólogo americano, Lloyd Austin.

Este tipo de aliança "vai apenas afundar a Ásia-Pacífico em um turbilhão de disputas e conflitos", alertou o ministro chinês na reunião mais importante sobre Segurança na região.

Li não mencionou nenhum país diretamente, mas o discurso pareceu uma referência aos Estados Unidos, que reforçaram suas alianças na região.

A maior potência do mundo integra a aliança AUKUS, ao lado de Austrália e Reino Unido. Também integra o grupo QUAD, com Japão, Índia e Austrália.

"Atualmente, a Ásia-Pacífico precisa de uma cooperação aberta e inclusiva, não de pequenas camarilhas", insistiu Li.

"Não devemos esquecer os grandes desastres que as duas guerras mundiais levaram às populações de todos os países. E não devemos permitir a repetição de uma história tão trágica", acrescentou.

Atividades cada vez mais arriscadas

O chefe do Pentágono e o ministro Li apertaram as mãos e conversaram rapidamente durante o jantar de abertura do encontro na sexta-feira, mas não tiveram uma reunião formal como Washington havia solicitado, depois que solicitação foi rejeitada por Pequim.

Porém, há alguns sinais de avanços no diálogo entre os dois países.

No sábado, Austin afirmou que o diálogo na área de Defesa entre as duas potências é "essencial" para reduzir os riscos de conflito.

E o diretor da CIA, William Burns, fez uma viagem secreta à China no mês passado, anunciou uma fonte do governo americano na sexta-feira.

Nos próximos dias, o subsecretário de Estado para o sudeste asiático, Daniel Kritenbrink, também visitará o país asiático.

Ao mesmo tempo, no entanto, os exércitos dos dois países executaram manobras perigosas nas duas áreas mais sensíveis da região: o Estreito de Taiwan e o Mar da China Meridional.

Navios de guerra dos Estados Unidos e Canadá navegaram no sábado pelo Estreito que separa a China da ilha autogovernada de Taiwan.

Washington acusou um navio militar chinês de manobrar de "forma perigosa" perto de seu destróier Chung-Hoon.

"Peço às autoridades (chinesas) que adotem as medidas necessárias para acabar com este tipo de comportamento", declarou Austin neste domingo em Singapura, em referência ao incidente de sábado.

Também alertou que "podem acontecer acidentes de grandes proporções".

"O melhor seria que todos os países, e em particular seus aviões e navios de guerra, não entrassem no espaço aéreo e nas águas territoriais de outros países", respondeu Li.

Há alguns dias, o governo dos Estados Unidos denunciou uma "manobra desnecessariamente agressiva" de um caça chinês diante de um de seus aviões de vigilância no Mar da China Meridional.

Pequim considera Taiwan parte de seu território e também reivindica a soberania sobre a maior parte do Mar da China Meridional.

Em Singapura, o porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, criticou as atividades cada vez mais arriscadas e coercitivas do Exército Popular de Libertação na região, inclusive nas últimas semanas.

Uma fonte do Departamento de Defesa americano afirmou à imprensa que "ações falam mais mais alto que palavras".

"O comportamento perigoso que observamos do Exército Popular de Libertação ao redor do Estreito e nos mares do sul e leste da China, e além, falam tudo", acrescentou.

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