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Chile vive segunda onda de covid-19 mesmo com avanços na vacinação

Com relaxamento da população com as medidas de proteção e variante brasileira, Chile vive uma segunda mais agressiva da doença

Chile: 44% da população objetivo já recebeu ao menos uma dose da vacina (Martin BERNETTI / AFP/Getty Images)

Chile: 44% da população objetivo já recebeu ao menos uma dose da vacina (Martin BERNETTI / AFP/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2021 às 08h38.

O Chile é o quinto país que mais imunizou contra a covid-19 no mundo. São 3,8 milhões de pessoas vacinadas, o que deu mais segurança em relação à doença. Apesar disso, o país passa por um período de aumento expressivo de casos diários e restrições cada vez mais severas.

Há 25 anos, Patricia França deixou São Paulo e se mudou para Santiago, onde constituiu família e se formou em psicologia. Em março, ela tomou a segunda dose da Sinovac.

A psicóloga de 44 anos mora em Maipú, que desde o dia 25 de março está em quarentena total. "Sei que se eu for contaminada, não vou desenvolver a forma mais grave da doença. Antes de voltarmos para a fase de confinamento, eu estava indo com mais frequência ao supermercado, ao shopping. No trabalho, apenas entre nós médicos não usamos mais máscaras e tomamos café da manhã juntos", diz.

O advogado chileno Raul Riveros também está imunizado e se sente "um pouco mais livre". Ele vive em Antofagasta, norte do Chile, e voltaria ao escritório na segunda-feira. Mas, por conta da gravidade da pandemia na cidade, o retorno foi adiado para maio. "A vacina te dá uma certa proteção diante dos outros, mas é preciso ter a precaução e a consciência de que você pode transmitir a doença para quem não está vacinado. Não ando mais com álcool em gel para todos os lados, por exemplo", afirma.

Estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) mostra que, após ser vacinada, a pessoa pode se encontrar com outras sem usar máscara. Mas a infectologista da Universidad de Chile Claudia Cortes alerta que o trabalho foi feito com base nos imunizantes Pfizer e Moderna. Portanto, as recomendações não deveriam ser aplicadas no país sul-americano. "A vacina que vem sendo administrada no Chile é a Sinovac, que tem um nível de proteção mais baixo."

Desde fevereiro, o país vive a segunda onda da covid-19, mais agressiva.

Para Claudia, isso se deve, principalmente, a três fatores: relaxamento da população com medidas de proteção, permissões concedidas para o período das férias e as novas variantes do vírus, sobretudo a brasileira.

Segundo o Ministério da Saúde do Chile, 44% da população objetivo já recebeu ao menos uma dose da vacina.

 

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