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Chile vai ratificar convênio da OIT sobre minas

Presidente Sebastian Piñera afirmou que agoram mineradores não terão mais medo de denunciarem suas condições de trabalho

Mineiros soterrados no Chile, antes do resgate (Ho/AFP)

Mineiros soterrados no Chile, antes do resgate (Ho/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2010 às 14h31.

Londres - O presidente do Chile, Sebastián Piñera, afirmou hoje que seu Governo ratificará o convênio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que se refere à segurança e à saúde nas minas.

Em declarações à "BBC", Piñera disse que o "medo" ou a "cultura de medo" que impedia que mineradores denunciassem o que ocorria em seu local de trabalho por medo de demissão "acabou".

"Iniciamos um esforço para criar uma nova forma de proteger as vidas, a integridade e a saúde de nossos trabalhadores", declarou o presidente chileno.

"Se quisermos nos tornar um país desenvolvido, precisamos nos dotar" do padrão do Primeiro Mundo, "e vamos fazer isso nos próximos 90 dias", ressaltou.

Piñera destacou que os proprietários da mina chilena de San José, onde 33 mineradores ficaram soterrados por mais de dois meses, foram negligentes e não tomaram as atitudes que deveriam ter sido tomadas após o primeiro fechamento da mina em 2007, como consequência das mortes de vários operários.

Além disso, assumiu a responsabilidade do Governo no acidente, por não ter obrigado a empresa a cumprir o regulamento, mas ressaltou que a reabertura da mina aconteceu em 2008, antes de ele se tornar presidente.


Piñera afirmou que seu Governo vai mudar a estrutura da regulação e "triplicar seu orçamento", pois ele aprendeu "a lição".

"Precisamos de regulação" não só no papel, mas também é preciso cumpri-la, disse o presidente chileno.

Piñera acrescentou que sempre acreditou que os mineradores seriam resgatados: "Uma espécie de voz interna me disse que todos estavam vivos".

Além disso, afirmou que o resgate dos 33 operários não se tratou de milagre, mas foi um resultado de "esforço humano".

"Não direi que foi um milagre, mas que obtivemos uma ajuda muito importante", destacou.

Ele disse não poder afirmar que não haverá mais acidentes no futuro, mas ressaltou que pode "garantir" que fará "tudo o que for preciso" para que o trabalho nas minas se torne mais "seguro".

O presidente chileno se reunirá nesta tarde com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e depois será recebido pela rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham.

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