Chelsea Manning: ex-militar foi presa em 2013 por ter enviado milhares de documentos do governo para o Wikileaks (U.S. Army/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 19 de janeiro de 2017 às 14h10.
Dois dias depois de ter recebido o perdão do presidente Barack Obama, a ex-militar Chelsea Manning, militar transgênero condenada por vazamento de informações ao site Wikileaks, escreveu em sua conta no Twitter um agradecimento à Barack Obama. O vice-presidente de Donald Trump, Mike Pence, no entanto, disse que a decisão foi "um erro".
"Obrigada @BarackObama por me dar uma chance", escreveu. Chelsea foi presa em 2013 por ter enviado milhares de documentos secretos à Wikileaks.
Thank you @BarackObama for giving me a chance. =,)
— Chelsea E. Manning (@xychelsea) January 19, 2017
Obama decretou a liberdade de Chelsea na última terça-feira (17), depois de o criador do site, Julian Assange, ter prometido aceitar a extradição para os Estados Unidos, caso o presidente norte-americano concedesse clemência à ex-militar.
Na prisão, Chelsea tentou suicídio duas vezes e já havia um pedido para a comutação de sua pena e sua saída do presídio militar em que estava. Ela passou pelo processo de mudança de sexo no presídio.
Após a decisão de Obama, entretanto, os advogados de Assange foram mais cautelosos e disseram que ele não vai se entregar imediatamente.
Julian vive na embaixada do Equador em Londres. Ele havia escrito no Twitter que se entregaria, caso Chelsea Manning fosse liberada. Mesmo assim, os advogados dele informaram que ele deverá se entregar em alguns meses.
O vice-presidente eleito, Mike Pence, comentou a decisão de Barack Obama, sobre o indulto concedido à ex-militar na rede de TV, Fox News. Ele disse ontem (18), que o indulto foi "um erro" de Barack Obama. "Soldado Manning é um traidor", disse. E reforçou: "Não deveria ter sido transformado em um mártir".
Para Pence, as informações disponibilizadas por Chelsea comprometem a segurança do país. Ela enviou mais de 750 mil documentos para o site. O vice-presidente prometeu na rede de TV que o governo Trump vai "proteger os segredos da nação".