Caminhões com ajuda humanitária da ONU aguardam na fronteira turca com a Síria, na província de Mardin (Umit Bektas/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2014 às 21h20.
Nações Unidas - As violações dos direitos humanos por parte das forças do governo sírio "superam de longe" as cometidas pelos grupos armados de oposição, disse nesta terça-feira a chefe de direitos humanos da <strong><a href="https://exame.com.br/topicos/onu">ONU</a></strong>, Navi Pillay, o que levou o enviado sírio na organização a acusá-la de agir como uma irresponsável "lunática".</p>
Pillay informou o Conselho de Segurança da ONU, integrado por 15 países, sobre a situação dos direitos humanos na Síria, República Centro-Africano, Sudão do Sul, Mali e Líbia. Ela mais uma vez fez um chamado para que a situação na Síria, devastada por uma guerra civil de três anos, seja submetida ao Tribunal Penal Internacional.
Pillay disse que monitores de sua área e investigadores da comissão de investigação da ONU na Síria, liderada por Paulo Pinheiro, sempre culparam ambas as partes do conflito sírio por violações dos direitos humanos, "mas não dá para comparar os dois".
"Claramente as ações das forças do governo superam de longe as violações (por parte dos rebeldes)", disse Pillay a repórteres. "É o governo o principal responsável pelas violações e todos esses autores deveriam, e podem, ser identificados, se houver um recurso ao Tribunal Penal Internacional." "Tem de haver justiça e prestação de contas, e não se pode permitir que a situação na Síria seja esquecida", disse ela, após informar o Conselho de Segurança.
O conselho tem sido até agora incapaz de remeter a questão síria para o Tribunal Penal Internacional porque a Rússia se opõe à essa iniciativa, segundo diplomatas. A Rússia, apoiada pela China, tem protegido no conselho a Síria, sua aliada, durante a guerra civil.
O embaixador sírio na ONU, Bashar Ja'afari, rejeitou as acusações de Pillay contra as forças do governo sírio, dizendo que são falsas e sem credibilidade porque Pillay e os investigadores da ONU não tinham visitado a Síria durante o conflito.