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Chávez: eleições nos EUA não mudarão relação com Venezuela

Estados Unidos e Venezuela mantêm relações tensas desde que no final de 2010 Washington revogou o visto do então embaixador venezuelano Bernardo Alvárez

Hugo Chávez: "Vamos esperar para ver e tomara que o próximo governo dos EUA comece revisando seu papel nesse mundo", declarou o presidente (Miguel Angel Angul/AFP)
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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2012 às 06h18.

Caracas - O presidente da Venezuela , Hugo Chávez, não parece confiante em que o resultado das eleições desta terça-feira nos Estados Unidos possa gerar "mudanças importantes" na relação com seu país, já que, segundo o líder, democratas e republicanos são "a mesma coisa, com algumas diferenças de tom".

"Nós não temos muitas esperanças, de nosso ponto de vista, que ganhando um ou outro, haverá mudanças grandes quanto à relação dos EUA com o mundo, com a América Latina, com a Venezuela", disse Chávez durante um ato no palácio presidencial de Miraflores.

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No entanto, Chávez afirmou que seu governo se "interessa muito" pelas eleições nas quais o presidente e candidato democrata, Barack Obama, tenta a reeleição contra o republicano Mitt Romney.

"Vamos esperar para ver e tomara que o próximo governo dos EUA comece revisando seu papel nesse mundo", declarou, ao lamentar casos como o "bombardeio" na Líbia.

Estados Unidos e Venezuela mantêm relações tensas desde que no final de 2010 Washington revogou o visto do então embaixador venezuelano Bernardo Alvárez em resposta à decisão de Caracas de não aceitar como embaixador Larry Palmer, a quem o governo vetou por declarações polêmicas no Senado.


As relações foram se esfriando após a imposição pelos EUA de sanções à companhia petrolífera estatal PDVSA por suas relações econômicas com o Irã e pela expulsão da cônsul venezuelana em Miami, Livia Acosta, à qual Venezuela respondeu com o fechamento do consulado.

No ato em Miraflores, transmitido pela televisão estatal, o presidente venezuelano lembrou a "travessura" que fez há poucos dias quando disse que se Obama fosse de Barlovento, povoado venezuelano com forte presença afrodescendente, votaria em Chávez, do mesmo modo que ele faria se fosse americano.

Neste sentido, lamentou que os republicanos tenham usado um vídeo na Flórida onde ele e Mariela Castro, filha do presidente cubano, Raúl Castro, apareciam pedindo votos para Obama.

"Faz parte do atraso político da extrema direita", considerou Chávez que aproveitou a ocasião para manifestar suas condolências pelos danos provocados pela tempestade "Sandy", que deixou mais de 100 mortos na costa Leste dos EUA.


Por outro lado, o presidente considerou que nos EUA acontece "algo parecido" ao que ocorreu na Venezuela até sua chegada ao poder em 1998.

"Ganhe verde ou ganhe branco, é a mesma coisa, com algumas diferenças de tom, mas não há nos EUA nenhum confronto ideológico, criativo, produtivo, não há nenhum confronto de modelos diferentes", comentou.

Por sua parte, o vice-presidente e chanceler do país, Nicolás Maduro, disse que a Venezuela estará "ansiosa" pelos resultados do pleito.

"Nossa região já não depende de quem ganha ou não ganha lá, nossa região depende de nossos próprios esforços, temos nosso próprio rumo traçado", ponderou.

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