Chávez: "Navarrete é um grande mentiroso. Se apresenta como médico da família, mas não é; diz que operou a minha mãe, mas não operou a minha mãe" (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2011 às 20h53.
Caracas - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chamou o médico Salvador Navarrete de 'grande mentiroso', depois que este lhe deu apenas dois anos de vida, se identificando como médico do líder venezuelano.
'Navarrete é um grande mentiroso. Se apresenta como médico da família, mas não é; diz que operou a minha mãe, mas não operou a minha mãe; que me viu e me ligou e não sei mais o quê, mas é um grande mentiroso', disse o presidente.
Chávez acusou o médico de contribuir com pessoas interessadas em gerar instabilidade no país, além de se perguntar quanto ele teria cobrado para dar tais declarações. 'Seria preciso ver quanto pagaram a Navarrete para que dissesse isso', afirmou.
No dia 16 de outubro, a revista mexicana 'Milenio' publicou uma entrevista com Navarrete, que declarou ter integrado o grupo de médicos que cuidou do líder político em 2002 e que este tinha uma expectativa de vida de apenas dois anos.
O líder venezuelano explicou que o ex-ministro Rafael Vargas lhe propôs em determinada ocasião formar uma equipe médica para atender as necessidades de Miraflores (sede de Governo) e que então reuniu um grupo de vários médicos que nunca chegaram a examinar.
'Violando os códigos de ética de um médico, sem ter visto em mim nenhuma doença, nem ter me aplicado nenhum exame (...) tenho certeza que Navarrete não é inocente', disse sobre o médico que saiu do país na semana passada sem revelar seu destino.
'A cada dia estou mais vivo', acrescentou Chávez que em junho extraiu um tumor canceroso e agora se submete a sessões de quimioterapia.
No sábado, a equipe médica do presidente fez sua primeira aparição pública desde que este adoeceu para desmentir Navarrete e garantir que o governante 'não poderia estar melhor'.
Um dia antes, em carta publicada no jornal 'TalCual' de Caracas, o médico disse que se viu obrigado a sair do país de maneira repentina e confirmou seu diagnóstico, que segundo ele era presumível, e que a revista mexicana publicou 'uma inumerável quantidade de distorções e especulações.'