O chanceler grego, Nikos Kotzias: "a União Europeia deve considerar de uma vez por todas o que quer fazer com a Rússia a longo prazo, ao invés de reagir de forma moralmente direta e franca, mas espasmódica" (Emmanuel Dunand/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 13h40.
Atenas - O ministro grego das Relações Exteriores, Nikos Kotzias, viajará nesta quarta-feira a Moscou, a convite do colega russo, Serguei Lavrov, anunciou a chancelaria de Atenas.
A primeira visita de Nikos Kotzias a Moscou desde que foi nomeado ministro coincide com a reunião de cúpula de Minsk sobre a crise ucraniana, considerada pelos ocidentais como a última oportunidade para evitar uma guerra total na Ucrânia.
A agenda da visita não informa se esta será uma simples visita unilateral ou se Kotzias falará sobre a crise na Ucrânia.
"A União Europeia deve considerar de uma vez por todas o que quer fazer com a Rússia a longo prazo, ao invés de reagir de forma moralmente direta e franca, mas espasmódica", disse Nikos Kotzias pouco depois de assumir o ministério.
Há alguns dias, o governo liderado pelo partido de esquerda Syriza se negou a aprovar um comunicado da UE que ameaçava impor novas sanções à Rússia, depois dos violentos confrontos na cidade de Mariupol entre forças ucranianas e rebeldes separatistas.
Depois da intervenção da Grécia, a UE aprovou um comunicado mais conciliador.
O novo governo grego, no qual o líder do partido nacionalista de direita Panos Kammenos, que não esconde a simpatia pela Rússia, ocupa o ministério da Defesa, provocou dúvidas sobre uma guinada na diplomacia da Grécia, país que integra a Otan.
O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras e Kammenos foram convidados pelo governo russo a viajar a Moscou em maio.
Kammenos declarou na segunda-feira que a Grécia tem outro plano, caso não consiga um acordo financeiro de emergência com a União Europeia.
"O plano B será obter um financiamento do outro lado, que poderia vir dos Estados Unidos, Rússia, China ou outros países", disse Kammenos.