Cessar-fogo em Gaza fracassa antes do início do Ramadã
Um dos líderes do Hamas discursou no domingo e fez uma série de reivindicações
Redação Exame
Publicado em 11 de março de 2024 às 07h55.
As esperanças internacionais de se chegar a um cessar-fogo na Faixa de Gaza antes do mês sagrado muçulmano do Ramadã foram frustradas no domingo, quando o Hamas repetiu as exigências de um cessar-fogo abrangente, que Israel rejeitou.
Segundo informações do The New York Times, Egito, Catar e Estados Unidos tentaram intermediar uma trégua entre Israel e o Hamas antes do início do Ramadã, na segunda-feira, e houve otimismo em relação a um acordo de última hora que permitiria a libertação de alguns reféns israelenses mantidos em Gaza e de palestinos mantidos em prisões israelenses.
Entretanto, semanas denegociações indiretas foram paralisadas, e um dos principais líderes políticos do Hamas, Ismail Haniyeh, disse em um discurso televisionado no domingo que o grupo queria um acordo que acabasse com a guerra, garantisse a retirada das forças israelenses de Gaza, devolvesse os palestinos deslocados às suas casas e atendesse às necessidades humanitárias dos habitantes de Gaza. Israel "quer recuperar seus prisioneiros e depois retomar a guerra contra nosso povo", disse Haniyeh.
Ele falou que se os mediadores informassem que Israel estava comprometido com o fim da guerra, o grupo islâmico estaria pronto para discutir a questão da troca de prisioneiros palestinos por reféns.
Alguns palestinos em Gaza criticaram o Hamas, argumentando que o grupo estava mantendo as negociações para pressionar Israel a libertar mais prisioneiros palestinos.
Em uma entrevista ao site Politico publicada no domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sugeriu que um cessar-fogo não era iminente, dizendo que ele "gostaria de ver outra libertação de reféns", mas que não houve um avanço nas negociações.