Para que a Cesp renovasse a concessão de Três Irmãos, o governo propôs indenização de R$ 1,7 bilhão, praticamente a metade do valor contábil de R$ 3,5 bilhões registrado no balanço da companhia (Miller/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2013 às 18h41.
São Paulo - O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, disse nesta quinta-feira, 27, que a Cesp poderá participar do leilão da usina Três Irmãos. A concessão da usina expirou no final de 2011 e não foi renovada pela própria Cesp pelo fato de a empresa não concordar com os termos propostos pelo governo federal no processo de renovação das concessões de usinas.
Embora sinalize que a Cesp poderá participar do certame previsto para o próximo mês de setembro, Aníbal destacou que o governo federal ainda precisa remunerar a usina. Sem remuneração da usina, não é possível fazer o leilão", ponderou.
Para que a Cesp renovasse a concessão de Três Irmãos, o governo propôs indenização de R$ 1,7 bilhão, praticamente a metade do valor contábil de R$ 3,5 bilhões registrado no balanço da companhia.
Biomassa
Aníbal revelou ainda que já estão mapeados aproximadamente 12 projetos que devem participar do leilão de energia A-5 a ser realizado em 29 de agosto. O objetivo do governo de São Paulo é alcançar a marca de 25 projetos de geração de energia a partir da biomassa na disputa, que definirá oferta de energia para entrega daqui a cinco anos. Esses 25 projetos teriam capacidade para gerar 1 mil MW.
"Para chegarmos a esse número, (os investidores) pediram um pouco mais de prazo para confirmar o interesse", disse Aníbal, após revelar a existência de conversas entre o governo paulista e empresas que poderiam viabilizar projetos de biomassa no Estado.
"Não podíamos perder essa oportunidade. Houve a sensibilização do governo (federal) de ter um leilão basicamente com biomassa e carvão", complementou o secretário, em referência à disputa da biomassa com térmicas abastecidas com carvão.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, anunciou mais cedo que o prazo para a entrega dos documentos pelos interessados no certame foi prorrogado de 26 de junho para 8 de julho. A postergação do prazo foi determinada justamente a pedido do governo paulista.
Tolmasquim também afirmou que não é possível estabelecer qual será a demanda do leilão A-5, mas destacou que esse número tende a ser superior ao 1 mil MW citados por Aníbal como o total a ser disponibilizado por São Paulo.
O presidente da EPE também aproveitou o debate no qual participou ao lado de Aníbal para elogiar a mobilização de São Paulo e das empresas do setor energético e dizer que tem uma preferência pelos governos de biomassa, em detrimento à geração de energia a partir do carvão.
O presidente da EPE também comemorou o aumento da disputa prevista para o leilão A-5 com o possível ingresso de novos projetos de biomassa. "Quando estou leiloando, quero comprar o mais barato possível. Por isso, quanto mais oferta tivermos no leilão, melhor", disse.
Otimista, Aníbal afirmou que o governo de São Paulo também está confiante com a possibilidade de projetos paulistas participarem do leilão A-3.