Catar flexibiliza restrições aos trabalhadores estrangeiros
O Catar prometeu flexibilizar as restrições aplicadas aos trabalhadores estrangeiros
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2014 às 14h15.
Doha - O Catar , que receberá a Copa do Mundo de 2022, prometeu nesta quarta-feira flexibilizar as restrições aplicadas aos trabalhadores estrangeiros e abolir o sistema de "patrocinadores", onde cada assalariado é quase propriedade de seu patrão.
No entanto, o Conselho da Shura, uma instância consultiva, e a Câmara de Comércio e Indústria ainda têm que examinar a nova lei antes da sua adoção.
Com a nova medida, o governo concederá a esses trabalhadores os vistos de saída, que são obrigatórios. Até agora, os vistos são outorgados pelos empresários que empregam os trabalhadores.
"O atual sistema de vistos, que requer que o patrão aceite que o empregado abandone o país, será substituído por um sistema automático" em dependências ministeriais, anunciou o ministério do Interior.
Além disso, o texto prevê multiplicar por cinco o montante de multas aos patrões que confisquem o passaporte dos empregados.
O Catar também prometeu abolir o sistema de "patrocinadores" para trabalhadores estrangeiros ou "kafala", em que cada assalariado é quase propriedade de seu patrão, seu "kafil".
"As principais emendas à legislação estão relacionadas com a abolição da kafala e sua substituição por um sistema de contrato de trabalho", anunciou Abdalá al Mohanadi, diretor do departamento de Direitos Humanos do ministério do Interior em uma coletiva de imprensa.
O Catar tem sido acusado nos últimos meses de tolerar em suas obras para a Copa de 2022 condições de trabalho próximas às de escravidão. A maioria dos trabalhadores em situação mais vulnerável são imigrantes de outros países asiáticos, principalmente de Índia, Sri Lanka, Nepal e Bangladesh.
Ativistas dos direitos humanos haviam pedido em fevereiro à Índia que investigasse e oferecesse mais informações sobre os mais de 450 indianos que morreram nos últimos dois anos no Catar.
Em novembro, a Anistia Internacional afirmou que os trabalhadores imigrantes eram tratados como "animais" e pediu à FIFA que pressione o Catar para melhorar as condições dos trabalhadores estrangeiros.
Possibilidade de reunir a família: 46
Residência de longo prazo: 59
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