Catalães reivindicam soberania em início de campanha
O início da campanha coincide com a publicação de pesquisas que dão a vitória aos nacionalistas de centro-direita do CiU, o partido de Mas
Da Redação
Publicado em 8 de novembro de 2012 às 17h39.
Barcelona - A campanha eleitoral para as eleições autônomas da Catalunha do próximo dia 25 de novembro começa na noite desta quinta-feira marcada pelas reivindicações de soberania do presidente regional, Artur Mas, e pela crise econômica.
O início da campanha coincide com a publicação de pesquisas do espanhol Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS) e do Centro de Estudos de Opinião (CEO) do próprio governo catalão, que dão a vitória aos nacionalistas de centro-direita do CiU, o partido de Mas.
A única diferença é que a enquete do CIS não outorga a este partido uma maioria absoluta, o que faz a pesquisa encomendada pelo Executivo catalão.
Segundo os dados da enquete do instituto espanhol, o CiU obteria 63 ou 64 dos 135 deputados que compõem o Parlamento catalão, menos dos 68 que marcam a maioria absoluta.
O outro estudo, por outro lado, outorga aos nacionalistas de centro-direita entre 69 e 71 deputados.
A cartada lançada explicitamente pelo CiU e pelo próprio Mas, em setembro, de impulsionar um processo rumo a um Estado próprio, se obtiver uma grande maioria, centrou desde então o debate político.
A aposta defensora da soberania foi lançada por Mas após uma grande manifestação nacionalista e depois que o governo central de Mariano Rajoy não cedesse a sua pretensão de conseguir um pacto fiscal próprio (similar ao regime do País Basco) por entender que não se encaixa na lei atual de financiamento.
Após a legislatura mais curta da história democrática na Catalunha, já que o presidente Artur Mas antecipou as eleições quando ainda restavam dois anos de mandato, a eleição catalã estará, mais que nunca, sob todos os olhares de interesse da política e da economia da Espanha.
Artur Mas voltou a insistir hoje que é partidário de fazer uma consulta popular sobre a autodeterminação desta região espanhola inclusive sobre a possibilidade de, caso conquiste a independência, ficar fora da União Europeia (UE).
''Se chegássemos à certeza que a Catalunha ficaria fora da UE, seria preciso fazer uma reflexão para ver se fazemos ou não a consulta, mas eu seria partidário de fazê-la em qualquer caso'', afirmou Mas.
No entanto, o presidente do Executivo catalão declarou que é pouco provável que antes da consulta se possa saber com segurança se uma Catalunha independente poderia continuar ou não na UE, por ser uma situação sem precedentes e porque entende que as instituições europeias não se pronunciarão em nenhum sentido.
O governo central já advertiu a Mas que a possibilidade de convocar um referendo sobre a autodeterminação não está contemplada na Constituição espanhola.
Além disso, dirigentes da UE também advertiram à Catalunha que se decidir se separar da Espanha ficará automaticamente fora do bloco.
No entanto, as pesquisas publicadas hoje também perguntaram aos cidadãos catalães sobre a possível independência da Catalunha.
Se a do CIS revela que 41,4% deles estão a favor de um Estado no qual fosse possível a independência, o do Executivo regional diz que 57% dos catalães votariam a favor da independência em um hipotético referendo.
Precisamente, a última resolução aprovada pelo Parlamento catalão antes de sua dissolução para as eleições expressava que durante a seguinte legislatura será convocado um referendo ou consulta para que os cidadãos exerçam seu ''direito de decidir''.
Os analistas consideram que com seu slogan ''A vontade de um povo'', a aposta defensora da soberania de Mas serve para aglutinar eleitores independentistas e também para neutralizar o desgaste que representou a aplicação de duros cortes em serviços públicos por causa da crise.
Barcelona - A campanha eleitoral para as eleições autônomas da Catalunha do próximo dia 25 de novembro começa na noite desta quinta-feira marcada pelas reivindicações de soberania do presidente regional, Artur Mas, e pela crise econômica.
O início da campanha coincide com a publicação de pesquisas do espanhol Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS) e do Centro de Estudos de Opinião (CEO) do próprio governo catalão, que dão a vitória aos nacionalistas de centro-direita do CiU, o partido de Mas.
A única diferença é que a enquete do CIS não outorga a este partido uma maioria absoluta, o que faz a pesquisa encomendada pelo Executivo catalão.
Segundo os dados da enquete do instituto espanhol, o CiU obteria 63 ou 64 dos 135 deputados que compõem o Parlamento catalão, menos dos 68 que marcam a maioria absoluta.
O outro estudo, por outro lado, outorga aos nacionalistas de centro-direita entre 69 e 71 deputados.
A cartada lançada explicitamente pelo CiU e pelo próprio Mas, em setembro, de impulsionar um processo rumo a um Estado próprio, se obtiver uma grande maioria, centrou desde então o debate político.
A aposta defensora da soberania foi lançada por Mas após uma grande manifestação nacionalista e depois que o governo central de Mariano Rajoy não cedesse a sua pretensão de conseguir um pacto fiscal próprio (similar ao regime do País Basco) por entender que não se encaixa na lei atual de financiamento.
Após a legislatura mais curta da história democrática na Catalunha, já que o presidente Artur Mas antecipou as eleições quando ainda restavam dois anos de mandato, a eleição catalã estará, mais que nunca, sob todos os olhares de interesse da política e da economia da Espanha.
Artur Mas voltou a insistir hoje que é partidário de fazer uma consulta popular sobre a autodeterminação desta região espanhola inclusive sobre a possibilidade de, caso conquiste a independência, ficar fora da União Europeia (UE).
''Se chegássemos à certeza que a Catalunha ficaria fora da UE, seria preciso fazer uma reflexão para ver se fazemos ou não a consulta, mas eu seria partidário de fazê-la em qualquer caso'', afirmou Mas.
No entanto, o presidente do Executivo catalão declarou que é pouco provável que antes da consulta se possa saber com segurança se uma Catalunha independente poderia continuar ou não na UE, por ser uma situação sem precedentes e porque entende que as instituições europeias não se pronunciarão em nenhum sentido.
O governo central já advertiu a Mas que a possibilidade de convocar um referendo sobre a autodeterminação não está contemplada na Constituição espanhola.
Além disso, dirigentes da UE também advertiram à Catalunha que se decidir se separar da Espanha ficará automaticamente fora do bloco.
No entanto, as pesquisas publicadas hoje também perguntaram aos cidadãos catalães sobre a possível independência da Catalunha.
Se a do CIS revela que 41,4% deles estão a favor de um Estado no qual fosse possível a independência, o do Executivo regional diz que 57% dos catalães votariam a favor da independência em um hipotético referendo.
Precisamente, a última resolução aprovada pelo Parlamento catalão antes de sua dissolução para as eleições expressava que durante a seguinte legislatura será convocado um referendo ou consulta para que os cidadãos exerçam seu ''direito de decidir''.
Os analistas consideram que com seu slogan ''A vontade de um povo'', a aposta defensora da soberania de Mas serve para aglutinar eleitores independentistas e também para neutralizar o desgaste que representou a aplicação de duros cortes em serviços públicos por causa da crise.