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Caso raro: moeda da Coreia do Norte se valoriza 25% frente ao dólar

Em meio a pior crise econômica em 20 anos, won não para de subir, intrigando especialistas; repressão a uso do dólar e fechamento de fronteiras pode estar por trás do fenômeno

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Kim Jong-Un: moeda da Coreia do Norte tem valorização de 25% frente ao dólar (KCNA VIA KNS/AFP)

Kim Jong-Un: moeda da Coreia do Norte tem valorização de 25% frente ao dólar (KCNA VIA KNS/AFP)

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Carla Aranha

Publicado em 15 de outubro de 2021 às, 12h06.

Última atualização em 15 de outubro de 2021 às, 15h38.

Os economistas estão com dificuldade de entender um caso raro de valorização de uma moeda em meio a uma recessão e projeções pessimistas para o curto, médio e longo prazo. O won, da Coreia da Norte, teve uma valorização de 25% em relação ao dólar este ano, apesar da derrocada econômica do país -- no ano passado, o PIB teve a maior queda das últimas duas décadas, com uma contração de 5.9% na produção industrial e 7,6% na agropecuária. E as exportações caíram 70%, com o fechamento das fronteiras em função da pandemia.

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Ao mesmo tempo, o won não parou de se valorizar, o que tem deixado muitos especialistas intrigados. Uma combinação de fatores pode estar por trás do fenômeno. Um deles é uma possível repressão ao uso de moeda estrangeira. Diversos varejistas na capital, Pyongyang, deixaram de aceitar dólar em pagamentos feitos por estrangeiros, segundo a embaixada da Rússia.

Também há relatos de que as autoridades estão solicitando que os cidadãos informem o valor das reservas em dólar que mantém em casa. Os norte-coreanos costumam guardar dólares para compras especialmente de importados vindos da China, de acordo com a NK Investment Development, empresa de pesquisas e dados sobre o mercado do país. 

Soma-se a isso o fechamento das fronteiras e do comércio internacional durante a pandemia, o que praticamente zerou a necessidade de trocas em dólar. Com isso, a demanda por moeda estrangeira teria caído.

A NK Investment também desconfia que o governo possa estar forçando uma cotação artificial do won e causar uma deflação para evitar perdas piores para a economia.

Seja lá o que for, pode não acabar bem. A volatilidade do câmbio deve levar a incertezas crescentes e dificuldades na alocação de recursos, segundo Choi Ji-young, pesquisadora do Korea Institute for National Unification, da Coreia do Sul. "Embora o ganho da moeda possa beneficiar empresas apoiadas pelo governo e famílias que não possuem dólares, a instabilidade crescente do won é negativa para o país como um todo", disse.

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