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Cardeal de Milão é o mais cotado para ser o novo Papa

Nas discussões informais em Roma, quem encabeça a lista dos papáveis atualmente é o cardeal italiano Angelo Scola, da arquidiocese de Milão

O Cardeal de Milão Angelo Scola beija o anel do Papa Bento XVI durante o Encontro Mundial das Famílias, em 2012 (Vittorio Zunino Celotto / Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2013 às 13h09.

Cidade do Vaticano - A renúncia do Papa Bento XVI desperta, de imediato, especulações sobre quem será o próximo "sucessor do apóstolo Pedro", líder da Igreja Católica Apostólica Romana.

Nas discussões informais em Roma, quem encabeça a lista dos papáveis atualmente é o cardeal italiano Angelo Scola, da arquidiocese de Milão, uma das mais importantes da Itália. A lista dos nomes considerados traz ainda outros representantes da Europa, Canadá, Estados Unidos e também da América Latina - entre eles, o brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo.

Embora não existam pré-requisitos oficiais para ser um "papabile" ("papável"), há mais de 600 anos eles elegem entre si o novo Papa. Atualmente, existem 119 cardeais eleitores, isto é, com menos de 80 anos e que podem votar.

Durante o período de transição, quem administra a Igreja é o colégio de cardeais, especialmente na figura do "camerlengo", o responsável pelos bens da Cidade do Vaticano. Trata-se do Secretário de Estado, o "número dois" do Vaticano, atualmente o cardeal italiano Tarciso Bertone.

Pela proximidade com o Papa, Bertone é um dos candidatos naturais para suceder Bento XVI, embora neste momento não seja o favorito. Sua função envolve grande autoridade política e diplomática e, por isso, ele conhece bem o funcionamento do Vaticano.

O favorito Angelo Scola, da arquidiocese de Milão, uma das mais importantes da Itália, é especialista em antropologia teológica e muito alinhado a Bento XVI, o que é visto como uma qualidade. Ambos são pensadores católicos. Scola é mais extrovertido e carismático do que Ratzinger. É muito aclamado em Milão e, portanto, está acostumado com multidões.

Seus fãs dizem que Scola mistura a autoconfiança de João Paulo II com a intelectualidade de Bento XVI. Ele tem 71 anos, idade que lhe confere ampla experiência como religioso, bispo e administrador, sinalizando que seu pontificado duraria até 20 anos - seria mais longo do que o de Bento XVI, Papa por apenas sete anos. Porém, é justamente a idade que pode tirar votos de Scola: alguns cardeais querem um papado mais longo.


Há também outros italianos entre os favoritos, como o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, de 70 anos, um intelectual renomado em diversas áreas, como teologia, arte, ciências e filosofia.

Mas a vivência internacional que falta para Ravasi sobra para o cardeal canadense Marc Ouellet, de 68 anos, prefeito da Congregação para os Bispos e um discípulo intelectual de Bento XVI. Embora seja canadense, já viveu também na Áustria, na Alemanha e na Colômbia, o que é visto como uma grande qualidade para o papado. Se eleito, ele será o primeiro Papa das Américas.

Brasileiros

O brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, não é considerado um favorito, mas sua eleição tampouco seria uma surpresa. Scherer lidera a mais importante arquidiocese do Brasil - país com maior número de católicos - e uma das maiores da América Latina. Isso atribui a ele grande visibilidade e experiência pastoral.

O cardeal brasileiro também tem ampla vivência em Roma, onde trabalhou e estudou por sete anos. Com 63 anos, seria esperado do eventual Papa brasileiro um longo pontificado.


Entre os papáveis não europeus, há ainda pelo menos três latino-americanos: além do brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, figuram um argentino e um hondurenho. Outros nomes estão na lista dos papáveis, mas com menor probabilidade de eleição.

Aspectos

Segundo observadores do Vaticano - jornalistas, religiosos, acadêmicos e diplomatas - entre os papáveis há cardeais que ocupam cargos importantes na cúria romana e outros mais afastados, mas a escolha sempre pode surpreender. O cardeal Joseph Ratzinger era um papável e, de fato, se tornou Bento XVI. Mas seu antecessor, João Paulo II, era um jovem desconhecido, cujo nome, Karol Wojtyla, os cardeais mal sabiam pronunciar.

De qualquer forma, o perfil do Papa eleito deve sinalizar qual é o rumo que os cardeais pretendem dar à Igreja Católica nos próximos anos.

Eles devem avaliar ao menos cinco aspectos principais na escolha do novo pontífice: idade, que ajuda a estimar quanto tempo deve durar o pontificado; experiência pastoral e fidelidade ao ensinamento teológico da Igreja; experiência como governante ou administrativa - ter sido bispo de uma grande diocese pode ser uma qualidade; experiência política, para mediar conflitos e se relacionar com autoridades de outros países; carisma, pois o Papa precisa lidar com multidões e saber se comunicar.

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Cidade do Vaticano - A renúncia do Papa Bento XVI desperta, de imediato, especulações sobre quem será o próximo "sucessor do apóstolo Pedro", líder da Igreja Católica Apostólica Romana.

Nas discussões informais em Roma, quem encabeça a lista dos papáveis atualmente é o cardeal italiano Angelo Scola, da arquidiocese de Milão, uma das mais importantes da Itália. A lista dos nomes considerados traz ainda outros representantes da Europa, Canadá, Estados Unidos e também da América Latina - entre eles, o brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo.

Embora não existam pré-requisitos oficiais para ser um "papabile" ("papável"), há mais de 600 anos eles elegem entre si o novo Papa. Atualmente, existem 119 cardeais eleitores, isto é, com menos de 80 anos e que podem votar.

Durante o período de transição, quem administra a Igreja é o colégio de cardeais, especialmente na figura do "camerlengo", o responsável pelos bens da Cidade do Vaticano. Trata-se do Secretário de Estado, o "número dois" do Vaticano, atualmente o cardeal italiano Tarciso Bertone.

Pela proximidade com o Papa, Bertone é um dos candidatos naturais para suceder Bento XVI, embora neste momento não seja o favorito. Sua função envolve grande autoridade política e diplomática e, por isso, ele conhece bem o funcionamento do Vaticano.

O favorito Angelo Scola, da arquidiocese de Milão, uma das mais importantes da Itália, é especialista em antropologia teológica e muito alinhado a Bento XVI, o que é visto como uma qualidade. Ambos são pensadores católicos. Scola é mais extrovertido e carismático do que Ratzinger. É muito aclamado em Milão e, portanto, está acostumado com multidões.

Seus fãs dizem que Scola mistura a autoconfiança de João Paulo II com a intelectualidade de Bento XVI. Ele tem 71 anos, idade que lhe confere ampla experiência como religioso, bispo e administrador, sinalizando que seu pontificado duraria até 20 anos - seria mais longo do que o de Bento XVI, Papa por apenas sete anos. Porém, é justamente a idade que pode tirar votos de Scola: alguns cardeais querem um papado mais longo.


Há também outros italianos entre os favoritos, como o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, de 70 anos, um intelectual renomado em diversas áreas, como teologia, arte, ciências e filosofia.

Mas a vivência internacional que falta para Ravasi sobra para o cardeal canadense Marc Ouellet, de 68 anos, prefeito da Congregação para os Bispos e um discípulo intelectual de Bento XVI. Embora seja canadense, já viveu também na Áustria, na Alemanha e na Colômbia, o que é visto como uma grande qualidade para o papado. Se eleito, ele será o primeiro Papa das Américas.

Brasileiros

O brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, não é considerado um favorito, mas sua eleição tampouco seria uma surpresa. Scherer lidera a mais importante arquidiocese do Brasil - país com maior número de católicos - e uma das maiores da América Latina. Isso atribui a ele grande visibilidade e experiência pastoral.

O cardeal brasileiro também tem ampla vivência em Roma, onde trabalhou e estudou por sete anos. Com 63 anos, seria esperado do eventual Papa brasileiro um longo pontificado.


Entre os papáveis não europeus, há ainda pelo menos três latino-americanos: além do brasileiro Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, figuram um argentino e um hondurenho. Outros nomes estão na lista dos papáveis, mas com menor probabilidade de eleição.

Aspectos

Segundo observadores do Vaticano - jornalistas, religiosos, acadêmicos e diplomatas - entre os papáveis há cardeais que ocupam cargos importantes na cúria romana e outros mais afastados, mas a escolha sempre pode surpreender. O cardeal Joseph Ratzinger era um papável e, de fato, se tornou Bento XVI. Mas seu antecessor, João Paulo II, era um jovem desconhecido, cujo nome, Karol Wojtyla, os cardeais mal sabiam pronunciar.

De qualquer forma, o perfil do Papa eleito deve sinalizar qual é o rumo que os cardeais pretendem dar à Igreja Católica nos próximos anos.

Eles devem avaliar ao menos cinco aspectos principais na escolha do novo pontífice: idade, que ajuda a estimar quanto tempo deve durar o pontificado; experiência pastoral e fidelidade ao ensinamento teológico da Igreja; experiência como governante ou administrativa - ter sido bispo de uma grande diocese pode ser uma qualidade; experiência política, para mediar conflitos e se relacionar com autoridades de outros países; carisma, pois o Papa precisa lidar com multidões e saber se comunicar.

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