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Cardeais oram antes de conclave para escolher novo papa

Os cardeais vão realizar uma última reunião pré-conclave na segunda-feira, antes da eleição do novo pontífice na terça-feira

Cardeal canadense Thomas Christopher Collins caminha pela praça de São Pedro, no Vaticano (REUTERS / Paul Hanna)

Cardeal canadense Thomas Christopher Collins caminha pela praça de São Pedro, no Vaticano (REUTERS / Paul Hanna)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2013 às 12h14.

Cidade do Vaticano - Cardeais da Igreja Católica rezaram no domingo por orientação espiritual antes de um conclave a portas fechadas para escolher um novo papa para liderar a Igreja em um dos períodos mais difíceis de sua história.

Os cardeais vão realizar uma última reunião pré-conclave na segunda-feira para afinar a descrição do trabalho para o homem que eles considerarem mais capacitado para liderar uma igreja atingida por escândalos de abuso sexual em todo o mundo, bem como as acusações de corrupção no próprio Vaticano.

Os 115 cardeais que vão participar da eleição na terça-feira tiveram um dia de descanso antes da reunião pré-conclave, onde celebraram missas em Roma, no silêncio de capelas particulares ou em grandes catedrais e basílicas da capital.

"O conclave está ao virar da esquina. Oremos para que o Espírito Santo dê à Igreja um homem que possa liderá-la seguindo os passos dos grandes Pontífices dos últimos 150 anos", disse o cardeal Angelo Scola de Milão, em sua Missa em Roma.

Scola, 71 anos, é considerado o principal candidato italiano para suceder o Papa Bento 16, que deixou 1,2 bilhão de fiéis na incerteza no mês passado, quando se tornou o primeiro pontífice em seis séculos a abdicar, em vez de governar por toda a vida.

"Precisamos tomar a decisão certa", disse o cardeal de São Paulo, Odilo Pedro Scherer, de 63 anos, que é considerado candidato líder na América Latina, em sua missa pública em uma pequena igreja barroca acompanhada por simpatizantes e repórteres.

O cardeal de Boston Sean O'Malley pediu a Deus que "ilumine a Igreja" para os cardeais escolham um papa para confirmar a todos na fé.


Outros cardeais, como Luis Antonio Tagle, de Manila, um dos cotados que é considerado um tiro no escuro, por causa de sua idade relativamente jovem, de 55 anos, manteve a discrição, permanecendo dentro de seminários ou outras instituições religiosas.

No Vaticano, a Praça de São Pedro estava estranhamente quieta, sem um papa pelo segundo domingo consecutivo. As janelas dos apartamentos papais com vista para a praça permaneceram fechadas.

Bento 16, que é agora "Papa Emérito" e não tem autoridade residual sobre a Igreja, está no retiro papal de verão no sul de Roma, enquanto a sua residência permanente em um convento do Vaticano está sendo preparada.

"Este é um momento de crise global, mas também um momento de crise na fé," bispo italiano Rino Fisichella disse à televisão da Itália Tgcom24, acrescentando esperar que um novo papa apareça na janela no próximo domingo.

Os 115 cardeais eleitores com menos de 80 anos de idade vão entrar na Capela Sistina, na tarde de terça-feira, e votar durante a noite. Eles vão votar quatro vezes até que um deles receba uma maioria de dois terços, ou 77 votos.

Se um papa não é eleito em dois ou três dias, significa que os cardeais estão seriamente divididos e podem ter que recorrer a um candidato azarão para encontrar consenso.


Nenhum conclave durou mais de cinco dias no século passado. O Papa Bento 16 foi eleito dentro de cerca de 24 horas em 2005, após quatro rodadas de votação. Mas desta vez, não há favoritos claros para assumir o comando da Igreja.

Além de Scola, da Itália, e Scherer, do Brasil, outros mencionados são Marc Ouellet, do Canadá, e cardeais dos EUA, como O'Malley ou Timothy Dolan de Nova York.

"Todos reconheciam Ratzinger como líder nas preferencias no dia do início do conclave. O mesmo foi verdade com Paul VI (em 1963) e Pio XII (em 1939)", disse o padre Tom Reese, historiador jesuíta e autor do livro "Inside the Vatican" ("Por dentro do Vaticano").

Com a grande maioria dos católicos que vivem agora fora da Europa, há uma pressão crescente para um pontífice de outra parte do mundo.

Muitos observadores acreditam que um papa latino-americano, asiático ou africano poderia chamar a atenção para a pobreza do hemisfério sul da mesma maneira que o polonês João Paulo colocou um holofote sobre a divisão Leste-Oeste depois que ele foi eleito em 1978.

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