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Capitão viu da terra navio afundar na Itália, diz juíza

Justiça italiana concluiu que Francesco Schettino deixou o cruzeiro antes que todos os passageiros tivessem sido resgatados

Segundo a juíza, existem 'graves indícios' contra o capitão do Costa Concordia (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2012 às 12h48.

Roma - O capitão do cruzeiro 'Costa Concordia', Francesco Schettino, permaneceu sobre um dique da ilha italiana de Giglio olhando afundar a embarcação que tinha abandonado antes de concluir a retirada dos passageiros, disse a juíza Valeria Montesarchio.

A conclusão da juíza está na ordem ditada na tarde de terça-feira para a prisão domiciliar do capitão, que a Agência Efe teve acesso. O resultado é baseado nos testemunhos que foram recolhidos na investigação pelo acidente marítimo.

A juíza considera, além disso, que existem 'graves indícios' dos três delitos dos quais Schettino é acusado: o de abandono do navio , homicídio culposo múltiplo e naufrágio.

Pelo menos 11 pessoas morreram e outras 22 continuam desaparecidas após o naufrágio do cruzeiro, na noite de sexta-feira, no qual viajavam mais de 4 mil pessoas.

No entanto, a juíza estabelece na ordem que não há indícios sobre uma tentativa de fuga nem de contaminação de provas por parte do capitão, como sustentam os fiscais, e por isso dita a prisão domiciliar e despreza o pedido do promotor Francesco Verusio, que pedia prisão cautelar.

A magistrada acredita que 'de todas as investigações realizadas após o acidente marítimo resulta a conduta culposa atribuída ao comandante, que mediante uma manobra gravemente imprudente aproximou o navio excessivamente do litoral da ilha de Giglio, com uma mudança da rota'.

Sobre isso, afirma que o capitão admitiu durante o interrogatório ao qual se submeteu na sede do Tribunal de Grosseto, 'a aproximação (do navio) a 0,28 milhas de distância do litoral'.


'É evidente e indiscutível a grave evidência e incompetência que ajudou a conduta do capitão' diz o documento emitido pela juíza, que acrescenta que existiu uma subvalorização da magnitude do dano que tinha sofrido o navio após colidir com a formação rochosa.

Montesarchio afirma que o capitão 'não tinha como não perceber a importância do dano' e insiste que demorou entre 30 e 40 minutos a dar o sinal de alarme, sem que antes tivesse advertido às autoridades litorâneas para dar a entender a gravidade da situação.

Sobre o abandono do navio por parte de Schettino, um aspecto que levantou a polêmica na Itália, a juíza indica que o capitão deixou a embarcação quando estavam a bordo 'pelo menos cem pessoas'.

A juíza explica, além disso, que Schettino testemunhou que o abandono do navio não foi 'voluntário', mas pelas condições nas quais se encontrava, era 'necessário', embora a juíza destaque que outros oficiais permaneceram a bordo para coordenar os trabalhos de retirada dos passageiros.

'Embora fosse verdade a necessidade objetiva do desembarque não houve nenhuma tentativa de voltar às proximidades do navio por parte do capitão nas fases imediatamente posteriores ao abandono do Costa Concordia', afirma a juíza. EFE

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Roma - O capitão do cruzeiro 'Costa Concordia', Francesco Schettino, permaneceu sobre um dique da ilha italiana de Giglio olhando afundar a embarcação que tinha abandonado antes de concluir a retirada dos passageiros, disse a juíza Valeria Montesarchio.

A conclusão da juíza está na ordem ditada na tarde de terça-feira para a prisão domiciliar do capitão, que a Agência Efe teve acesso. O resultado é baseado nos testemunhos que foram recolhidos na investigação pelo acidente marítimo.

A juíza considera, além disso, que existem 'graves indícios' dos três delitos dos quais Schettino é acusado: o de abandono do navio , homicídio culposo múltiplo e naufrágio.

Pelo menos 11 pessoas morreram e outras 22 continuam desaparecidas após o naufrágio do cruzeiro, na noite de sexta-feira, no qual viajavam mais de 4 mil pessoas.

No entanto, a juíza estabelece na ordem que não há indícios sobre uma tentativa de fuga nem de contaminação de provas por parte do capitão, como sustentam os fiscais, e por isso dita a prisão domiciliar e despreza o pedido do promotor Francesco Verusio, que pedia prisão cautelar.

A magistrada acredita que 'de todas as investigações realizadas após o acidente marítimo resulta a conduta culposa atribuída ao comandante, que mediante uma manobra gravemente imprudente aproximou o navio excessivamente do litoral da ilha de Giglio, com uma mudança da rota'.

Sobre isso, afirma que o capitão admitiu durante o interrogatório ao qual se submeteu na sede do Tribunal de Grosseto, 'a aproximação (do navio) a 0,28 milhas de distância do litoral'.


'É evidente e indiscutível a grave evidência e incompetência que ajudou a conduta do capitão' diz o documento emitido pela juíza, que acrescenta que existiu uma subvalorização da magnitude do dano que tinha sofrido o navio após colidir com a formação rochosa.

Montesarchio afirma que o capitão 'não tinha como não perceber a importância do dano' e insiste que demorou entre 30 e 40 minutos a dar o sinal de alarme, sem que antes tivesse advertido às autoridades litorâneas para dar a entender a gravidade da situação.

Sobre o abandono do navio por parte de Schettino, um aspecto que levantou a polêmica na Itália, a juíza indica que o capitão deixou a embarcação quando estavam a bordo 'pelo menos cem pessoas'.

A juíza explica, além disso, que Schettino testemunhou que o abandono do navio não foi 'voluntário', mas pelas condições nas quais se encontrava, era 'necessário', embora a juíza destaque que outros oficiais permaneceram a bordo para coordenar os trabalhos de retirada dos passageiros.

'Embora fosse verdade a necessidade objetiva do desembarque não houve nenhuma tentativa de voltar às proximidades do navio por parte do capitão nas fases imediatamente posteriores ao abandono do Costa Concordia', afirma a juíza. EFE

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