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Cantão libertará todos presos em campos de reeducação

Autoridades judiciais da província confirmaram que vários presos que ainda estão nos campos de reeducação localizados em Cantão terão suas sentenças completadas


	Prisão: organizações de direitos humanos dobram o número de pessoas que cumpriram prisão nos campos de reeducação s a 300 mil e assinalam que muitos dos campos se encontram em lugares secretos
 (Ali al-Saadi/AFP)

Prisão: organizações de direitos humanos dobram o número de pessoas que cumpriram prisão nos campos de reeducação s a 300 mil e assinalam que muitos dos campos se encontram em lugares secretos (Ali al-Saadi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2013 às 12h37.

Pequim - A província chinesa de Cantão, no sul do país, libertará no final do ano todos os presos que estão em seus campos de reeducação, as polêmicas prisões que existem por todo país usadas desde os anos 50 contra dissidentes e 'arruaceiros'.

Segundo publica nesta segunda-feira o jornal oficial 'China Daily', autoridades judiciais da citada província confirmaram que vários presos que ainda estão nos campos de reeducação localizados em Cantão terão suas sentenças completadas este ano e serão libertados.

As autoridades desta província, explica o rotativo, deixaram de aprovar ingressos nos controvertidos 'laogai' em março, depois que o Governo chinês confirmou o fechamento definitivo destas instalações em 2013.

'A polícia e muitos analistas legais se deram conta dos inconvenientes dos laogai e pediram a abolição deste sistema, que é obsoleto', assinalou à imprensa o vice-presidente do Tribunal Popular Intermédio de Cantão, Yu Mingyong.

Yu explicou as dificuldades dos prisioneiros ao serem libertados e terem que se reinserir na sociedade, 'onde encontram todo tipo de problemas' após anos presos.

O sistema dos campos de reeducação foi legalizado na China no final dos anos 50, e permite que as autoridades detenham e prendam pessoas por crimes menores até quatro anos, sem necessidade de realizar um julgamento.


Após serem libertados, muitas vítimas destes campos de reeducação, cujo número total se desconhece assim como o de seus prisioneiros e que se dividem entre aqueles para mulheres e para homens, asseguraram ter sofrido todo tipo de maus-tratos, tanto físicos como psicológicos.

As autoridades habitualmente utilizaram estas prisões para trancar dissidentes, peticionários que clamam por justiça perante problemas como um despejo de inquilino ou 'arruaceiros'.

Nos últimos anos, e após vários casos de 'reeducados' que comoveram a sociedade chinesa, muitas pessoas, entre civis e até gente do Partido Comunista, pediram o fim desse sistema.

Na última década, os campos de reeducação também foram utilizados para trancar 'ciberdissidentes' (críticos do Governo na rede), pais que quebraram a política do 'filho único' ou membros do movimento espiritual Falun Gong, proibido por Pequim em 1999.

As organizações de direitos humanos dobram o número de pessoas que cumpriram prisão nestes centros a 300 mil e assinalam que muitos dos campos se encontram em lugares secretos.

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