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Candidato governista vence no Equador; oposição denuncia "fraude"

Com 96% dos votos apurados, urnas apontam vantagem do candidato da esquerda, Lenín Moreno, com 21,12% dos votos

Supporters of Ecuadorean presidential candidate Guillermo Lasso demonstrate during national election day in Guayaquil, Ecuador, April 2, 2017.   REUTERS/Henry Romero (Henry Romero/Reuters)

Supporters of Ecuadorean presidential candidate Guillermo Lasso demonstrate during national election day in Guayaquil, Ecuador, April 2, 2017. REUTERS/Henry Romero (Henry Romero/Reuters)

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EFE

Publicado em 3 de abril de 2017 às 06h50.

Quito - O Governo comemorou neste domingo os resultados das eleições no Equador, que a oposição rejeitou plenamente ao assegurar que se pretende organizar um "fraude", pelo que anunciou que apresentará "todas as objeções" para evitá-lo.

Com a apuração a 96,39%, os resultados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) dão vantagem ao candidato do movimento de esquerda Aliança País (AP), Lenín Moreno, com 51,12% dos votos, contra 48,88% do centro-direitista Guillermo Lasso, candidato pelo Criando Oportunidades (CREO).

Mas o AP começou a festejar a vitória antes inclusive de serem divulgados os dados oficiais pela ampla vantagem que assegurava que tinha, antecipou Moreno.

"Os dados estão claros, são os dados que temos, completamente confiáveis, temos uma vantagem muito, muito considerável", disse antes de a apuração oficial confirmar a informação.

Também a oposição falou de vitória e Lasso deu entrevistas antecipando algumas medidas que pensava tomar como governante, mas a aparição dos primeiros dados confirmados pelo CNE mudou radicalmente a mensagem do dirigente de centro-direita, que passou da euforia ao protesto.

Lasso denunciou então "pretensões de fraude" e afirmou que informou disso ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.

Também disse que os assessores legais de sua candidatura "apresentarão no menor tempo possível todas as objeções" às supostas irregularidades.

O candidato do CREO expressou sua desconfiança pelo fato de que a diferença entre as pesquisas de boca de urna e os resultados oficiais chegava a "oito pontos, como manhosamente (com armadilha) pretendem apresentar".

"Não podemos permitir que se pretenda violentar a vontade popular", afirmou em pronunciamento a seus correligionários.

Também lembrou que no primeiro turno das eleições, em 19 de fevereiro, foram necessários quatro dias para confirmar os resultados, enquanto hoje "pretendem dizer que em 20 minutos se apagou o sistema, ficou fora do ar e depois aparecem apurados 90% dos votos", protestou.

Lasso convidou seus seguidores e simpatizantes a agir de forma pacífica, mas "firmes" em seus protestos, "que são legítimos em democracia", disse.

Os partidários da candidatura de oposição levaram seu mal-estar às ruas e se reuniram nos arredores das dependências do CNE em várias cidades, como Quito, Guayaquil e Cuenca, entre outras, para expressar seu descontentamento com os resultados.

Entre gritos de "fora, Correa, fora" e rejeição à suposta "fraude", o protesto se manteve até a meia-noite, com momentos de certa tensão, embora não tenham acontecido incidentes de gravidade.

O presidente do país, Rafael Correa, condenou os focos de violência.

A imprensa local informou de incidentes nos arredores do CNE em Guayaquil, onde se reuniram correligionários de Lasso, com o resultado de um policial ferido.

Do exterior, os presidentes da Bolívia e da Venezuela, Evo Morales e Nicolás Maduro, e a ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, parabenizaram Lenín Moreno.

Um total de 12,8 milhões de eleitores votaram no segundo turno do pleito presidencial no Equador, ao qual chegaram Moreno e Lasso após serem os candidatos mais votados no primeira turno, realizado no dia 19 de fevereiro.

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