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Candidato a presidente no Afeganistão rejeita resultado

Abdullah Abdullah, candidato nas eleições afegãs, declarou-se vencedor do pleito

Abdullah Abdullah, candidato presidencial do Afeganistão: ele rejeitou os resultados oficiais e declarou-se presidente (Mohammad Ismail/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 12h20.

Brasília - O candidato derrotado no segundo turno das eleições à Presidência do Afeganistão , Abdullah Abdullah, rejeitou hoje (8) os resultados oficiais e declarou-se vencedor. Segundo Abdullah, a ampla diferença de votos entre ele e o adversário, Ashraf Ghani, 43,5% a 56,4%, é resultado de fraudes em massa.

“Somos, sem qualquer dúvida, os vencedores das eleições”, disse Abdullah a milhares de apoiadores reunidos em Cabul, acrescentando que não aceitará um resultado fraudulento “nem hoje, nem amanhã, nunca”, acrescentou.

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Os resultados preliminares do segundo turno das eleições presidenciais, ocorrido em 14 de junho, foram anunciados ontem (7) pela Comissão Eleitoral Independente. De acordo com o presidente do órgão, Ahmad Yusuf Nuristani, os resultados não são definitivos e está aberto o prazo para a apresentação de queixas até 24 de julho, quando serão divulgados os números finais.

Ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Abdullah chegou ao segundo turno como favorito, após obter 45% dos votos no primeiro turno, contra 31,6% de Ghani, ex-ministro das Finanças. Desde a votação do dia 14 de junho, Abdullah tem denunciado fraudes eleitorais em “escala industrial”. Segundo ele, os resultados são comparáveis a um golpe de Estado contra o povo, com a participação da Comissão Eleitoral Independente.

Nas últimas eleições presidenciais do Afeganistão, em 2009, Abdullah boicotou o segundo turno, também denunciando fraudes. Seu ato resultou na reeleição automática do presidente Hamid Karzai. O impasse em torno dos resultados eleitorais tem gerado preocupação na comunidade internacional, que teme que a crise política leve à violência entre os grupos políticos.

Apesar do protesto e das denúncias, Abdullah apelou à população para que se mantenha unida. “Não queremos uma partição do Afeganistão, queremos preservar a unidade nacional e a dignidade do Afeganistão”, disse.

Em visita a Tóquio, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, advertiu hoje que qualquer tentativa ilegal de tomada do poder no Afeganistão ameaça a ajuda que os Estados Unidos e a comunidade internacional dão ao país. “Qualquer ação que vise a tomada de poder através de meios extralegais vai custar ao Afeganistão o apoio ao nível financeiro e de segurança dado pelos Estados Unidos e pela comunidade internacional”, disse Kerry, manifestando “profunda preocupação” quanto ao estabelecimento de um eventual governo paralelo.

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