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Cameron anuncia medidas após quarto dia de distúrbios

Primeiro-ministro anunciou que 16 mil policiais estarão nas ruas para impedir novas manifestações; violência chegou à Birmingham e Manchester

David Cameron, primeiro-ministro do Reino Unido, vistou os lugares dos protestos (AFP/POOL / Stefan Rousseau)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2011 às 22h15.

Londres - Novos distúrbios foram registrados nesta terça-feira pelo quarto dia consecutivo no Reino Unido, onde o primeiro-ministro David Cameron, que retornou a Londres, anunciou um grande reforço da polícia para reprimir as desordens, que causaram a morte de uma pessoa e deixaram 685 detidos.

Manchester, no noroeste da Inglaterra, era a cidade mais afetada pela violência.

O assistente do chefe de polícia de Manchester, Garry Shewan, revelou que os distúrbios e saques foram de uma "violência e criminalidade sem sentido" e os piores atos de violência na cidade em 30 anos.

"Tratam-se de criminosos comuns que agiram com selvageria esta noite (...) sem nada contra o que protestar", disse Shewan.

"Temos grande quantidade de imagens de circuito interno de TV de toda atividade ocorrida esta noite. Deixamos absolutamente claro que amanhã, o mais cedo possível, começaremos a fazer detenções".

Até o início da madrugada de quarta-feira a polícia já havia detido mais de 50 pessoas em Manchester.

Centenas de jovens lançaram pedras contra vários veículos policiais antes de serem dispersados, e várias lojas foram incendiadas em Manchester, que até agora não tinha sido afetada pelos distúrbios.

"Algumas lojas foram atacadas por grupos de jovens que se uniram e parecem determinados a provocar desordens", explicou o chefe da polícia de Manchester, Terry Sweeney.

Novos incidentes também eclodiram no final da tarde desta terça-feira em Birmingham, segunda maior cidade do país, situada no centro da Inglaterra.

Em West Bromwich, cidade próxima a Birmingham, cerca de 200 pessoas, posicionadas atrás de barricadas, lançaram objetos contra as forças de segurança, incendiaram veículos e saquearam lojas, segundo a polícia e a BBC.

Em Wolverhampton, nas imediações de Birmingham, algumas lojas também foram saqueadas, segundo a polícia.

Birmingham foi na segunda-feira à noite palco de saques e até uma delegacia de polícia foi incendiada. Mais de 130 pessoas foram detidas por estes incidentes.


Em Nottingham (centro), uma delegacia foi incendiada nesta terça após ser atacada com coqueteis molotov e "ao menos oito pessoas foram detidas".

Depois do início dos distúrbios, no sábado à noite no norte de Londres, os vândalos tomaram a polícia como alvo e 111 agentes ficaram feridos desde então.

E tensão em Londres é palpável: os comerciantes fecharam as portas de suas lojas à tarde, principalmente no bairro de Camden, onde a polícia realizava patrulhas para evitar novos distúrbios.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que encurtou suas férias, convocou o Parlamento e decidiu reforçar o efetivo policial em Londres, que passou de seis para 16 mil agentes, após três noites de violência e saques em várias cidades que já deixaram uma pessoa morta.

Um homem de 26 anos, baleado durante os incidentes registrados em Londres na noite de segunda, morreu devido à gravidade das lesões, informou a polícia.

Após uma reunião de urgência em Downing Street, Cameron também anunciou uma sessão extraordinária no Parlamento na próxima quinta-feira.

"O presidente da Câmara dos Comuns está de acordo com que o Parlamento organize uma sessão para que possamos conversar a respeito da situação. Condenamos esta onda de crimes e estamos determinados a reconstruir essas comunidades", afirmou o primeiro-ministro britânico.

Cameron condenou as "terríveis cenas que a população viu nas ruas e na televisão, como saques, atos de vandalismo e roubos".

"Não há dúvidas de que faremos tudo que for necessário para restaurar a ordem nas ruas", garantiu Cameron, em um breve discurso aos jornalistas.

"Se eles são suficientemente adultos para cometerem esses crimes, também são para enfrentar o castigo", advertiu Cameron, se referindo aos autores dos atos de vandalismo.

"Eles sentirão todo o peso da lei", acrescentou.

Cameron também informou que o governo reforçará na noite desta terça-feira o efetivo da polícia londrina, que passará de seis para 16 mil agentes, com a chegada de mais 10.000.

Desde o início dos distúrbios, no sábado à noite no bairro de Tottenham, norte de Londres, 650 pessoas foram detidas por seu suposto envolvimento em atos de vandalismo.


Os distúrbios tiveram início na noite de sábado em Tottenham, um bairro desfavorecido e multiétnico do norte de Londres, após uma manifestação que pedia por justiça na investigação da morte de Mark Duggan, um rapaz de 29 anos morto a tiros em circunstâncias não esclarecidas.

Segundo um relatório da comissão independente encarregada da investigação divulgado nesta terça-feira, no momento "não há provas" de que Duggan tenha atirado contra os agentes antes de ser morto.

Cameron foi nesta terça-feira à tarde para a região mais afetada pelos tumultos.

Os distúrbios, que sacodem a capital desde sábado passado, estenderam-se para outros bairros de Londres e para outras cidades, como Bristol (sudoeste), Liverpool (noroeste), Birmingham (centro) e Manchester (noroeste).

As forças de segurança, que tiveram a atuação criticada, se mostram impotentes ante aos violentos atos, os piores vividos pela capital nos últimos 20 anos.

"Não temos mais equipes para mandar ao local dos confrontos, apesar das férias dos agentes terem sido suspensas", reconheceu Paul Deller, um agente de Londres.

"Os vândalos assumem o controle, a polícia abandona as ruas" intitulou o jornal The Times, com uma impressionante foto de uma mulher que se jogou de um edifício em chamas.

O governo britânico descartou até o momento que vá recorrer ao Exército para pôr fim aos distúrbios.

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Londres - Novos distúrbios foram registrados nesta terça-feira pelo quarto dia consecutivo no Reino Unido, onde o primeiro-ministro David Cameron, que retornou a Londres, anunciou um grande reforço da polícia para reprimir as desordens, que causaram a morte de uma pessoa e deixaram 685 detidos.

Manchester, no noroeste da Inglaterra, era a cidade mais afetada pela violência.

O assistente do chefe de polícia de Manchester, Garry Shewan, revelou que os distúrbios e saques foram de uma "violência e criminalidade sem sentido" e os piores atos de violência na cidade em 30 anos.

"Tratam-se de criminosos comuns que agiram com selvageria esta noite (...) sem nada contra o que protestar", disse Shewan.

"Temos grande quantidade de imagens de circuito interno de TV de toda atividade ocorrida esta noite. Deixamos absolutamente claro que amanhã, o mais cedo possível, começaremos a fazer detenções".

Até o início da madrugada de quarta-feira a polícia já havia detido mais de 50 pessoas em Manchester.

Centenas de jovens lançaram pedras contra vários veículos policiais antes de serem dispersados, e várias lojas foram incendiadas em Manchester, que até agora não tinha sido afetada pelos distúrbios.

"Algumas lojas foram atacadas por grupos de jovens que se uniram e parecem determinados a provocar desordens", explicou o chefe da polícia de Manchester, Terry Sweeney.

Novos incidentes também eclodiram no final da tarde desta terça-feira em Birmingham, segunda maior cidade do país, situada no centro da Inglaterra.

Em West Bromwich, cidade próxima a Birmingham, cerca de 200 pessoas, posicionadas atrás de barricadas, lançaram objetos contra as forças de segurança, incendiaram veículos e saquearam lojas, segundo a polícia e a BBC.

Em Wolverhampton, nas imediações de Birmingham, algumas lojas também foram saqueadas, segundo a polícia.

Birmingham foi na segunda-feira à noite palco de saques e até uma delegacia de polícia foi incendiada. Mais de 130 pessoas foram detidas por estes incidentes.


Em Nottingham (centro), uma delegacia foi incendiada nesta terça após ser atacada com coqueteis molotov e "ao menos oito pessoas foram detidas".

Depois do início dos distúrbios, no sábado à noite no norte de Londres, os vândalos tomaram a polícia como alvo e 111 agentes ficaram feridos desde então.

E tensão em Londres é palpável: os comerciantes fecharam as portas de suas lojas à tarde, principalmente no bairro de Camden, onde a polícia realizava patrulhas para evitar novos distúrbios.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que encurtou suas férias, convocou o Parlamento e decidiu reforçar o efetivo policial em Londres, que passou de seis para 16 mil agentes, após três noites de violência e saques em várias cidades que já deixaram uma pessoa morta.

Um homem de 26 anos, baleado durante os incidentes registrados em Londres na noite de segunda, morreu devido à gravidade das lesões, informou a polícia.

Após uma reunião de urgência em Downing Street, Cameron também anunciou uma sessão extraordinária no Parlamento na próxima quinta-feira.

"O presidente da Câmara dos Comuns está de acordo com que o Parlamento organize uma sessão para que possamos conversar a respeito da situação. Condenamos esta onda de crimes e estamos determinados a reconstruir essas comunidades", afirmou o primeiro-ministro britânico.

Cameron condenou as "terríveis cenas que a população viu nas ruas e na televisão, como saques, atos de vandalismo e roubos".

"Não há dúvidas de que faremos tudo que for necessário para restaurar a ordem nas ruas", garantiu Cameron, em um breve discurso aos jornalistas.

"Se eles são suficientemente adultos para cometerem esses crimes, também são para enfrentar o castigo", advertiu Cameron, se referindo aos autores dos atos de vandalismo.

"Eles sentirão todo o peso da lei", acrescentou.

Cameron também informou que o governo reforçará na noite desta terça-feira o efetivo da polícia londrina, que passará de seis para 16 mil agentes, com a chegada de mais 10.000.

Desde o início dos distúrbios, no sábado à noite no bairro de Tottenham, norte de Londres, 650 pessoas foram detidas por seu suposto envolvimento em atos de vandalismo.


Os distúrbios tiveram início na noite de sábado em Tottenham, um bairro desfavorecido e multiétnico do norte de Londres, após uma manifestação que pedia por justiça na investigação da morte de Mark Duggan, um rapaz de 29 anos morto a tiros em circunstâncias não esclarecidas.

Segundo um relatório da comissão independente encarregada da investigação divulgado nesta terça-feira, no momento "não há provas" de que Duggan tenha atirado contra os agentes antes de ser morto.

Cameron foi nesta terça-feira à tarde para a região mais afetada pelos tumultos.

Os distúrbios, que sacodem a capital desde sábado passado, estenderam-se para outros bairros de Londres e para outras cidades, como Bristol (sudoeste), Liverpool (noroeste), Birmingham (centro) e Manchester (noroeste).

As forças de segurança, que tiveram a atuação criticada, se mostram impotentes ante aos violentos atos, os piores vividos pela capital nos últimos 20 anos.

"Não temos mais equipes para mandar ao local dos confrontos, apesar das férias dos agentes terem sido suspensas", reconheceu Paul Deller, um agente de Londres.

"Os vândalos assumem o controle, a polícia abandona as ruas" intitulou o jornal The Times, com uma impressionante foto de uma mulher que se jogou de um edifício em chamas.

O governo britânico descartou até o momento que vá recorrer ao Exército para pôr fim aos distúrbios.

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