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Calor recorde: Resort de esqui na Austrália fecha pistas por falta de neve

Pelo menos duas pistas serão fechadas entre este domingo, 03, e a segunda-feira - um mês antes do fim da temporada

Zermatt, Suíça: estudo alerta que metade das pistas de esqui podem estar ameaçadas (Sean Gallup/Getty Images)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 3 de setembro de 2023 às 14h47.

Um dos principais resorts de esqui da Austrália decidiu antecipar o fechamento de duas pistas este ano pela falta de neve que coincide com o aumento das temperaturas. O inverno este ano ficou 1,54ºC acima da média, o mais quente da série histórica.

O país adota o sistema de estações climáticas - que observa mudanças de temperatura na prática e não a posição do sol. Por isso, considera que o inverno terminou no fim de agosto e, segundo dados oficiais, teve temperaturas recordes. “Dadas as circunstâncias atuais, o dia em que precisamos interromper as operações em certas áreas do resort chegou mais cedo”, avisou nas redes sociais um do principais pontos de encontro para esquiadores no país citando a baixa quantidade de neve e altas temperaturas.

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Pelo menos duas pistas serão fechadas entre este domingo, 03, e a segunda-feira. Ou seja, um mês antes do fim da temporada, que costuma durar até o primeiro fim de semana de outubro. Outros resorts australianos também decidiram fechar as pistas de esqui mais cedo pela falta de neve - um problema que tem ficado cada vez mais comum e já atingiu a Europa este ano durante o inverno no Hemisfério Norte.

Um estudo publicado na semana passada pela revista Nature alerta que metade das estações de esqui da Europa estaria ameaçada se a temperatura subir 2ºC acima dos níveis pré-industriais. Se o planeta ficar ainda mais quente, com aumento de 4ºC, praticamente todas as pistas devem sofrer com a escassez de neve preveem os pesquisadores.

Com o aquecimento perto da meta de 1,5ºC estabelecido pelo acordo de Paris, em 2015, os pesquisadores decidiram investigar o que aconteceria com as estações de esqui, importante fonte de receita para os países montanhosos da Europa, se o mundo continuar esquentando.

A conclusão é que 53% das 2.200 estações em 28 países enfrentaria um “risco muito elevado” de falta de neve se a temperatura subir aos 2ºC. Quase todos (98%) enfrentariam esse nível de risco se a barreira dos 4ºC fosse ultrapassada.

Nesse cenário mais drástico, nem a neve artificial, que tem sido uma saída encontrada pelas estações que já sofrem com o aumento das temperaturas nos últimos anos seria suficiente. Mesmo com esse recurso, 70% ainda ficariam sem neve alerta o estudo.

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