Detalhe do visto americano, aplicado nos passaportes (Freepik)
Repórter de internacional e economia
Publicado em 12 de dezembro de 2025 às 10h32.
Última atualização em 12 de dezembro de 2025 às 10h35.
O Brasil foi o segundo país que mais recebeu vistos da categoria L dos Estados Unidos, de janeiro a maio de 2025, segundo dados oficiais. Foram 3.999 autorizações nesta categoria, que atende a empresários e permite a transferência de funcionários entre companhias que atuam nos dois países.
Em primeiro lugar na lista veio a Índia, com 18.153 vistos, de acordo com os dados do Departamento de Estado, compilados pelo escritório de advocacia AG Immigration. Os números até maio são os mais recentes disponíveis.
O visto L pode ser usado em casos em que empresas de outros países querem abrir filiais ou aumentar suas operações nos EUA. O documento permite que empresários, empreendedores e funcionários possam morar no país, por prazos de 1 a 3 anos renováveis, até um limite de sete anos.
No caso de novos negócios que ainda não operam nos EUA, o empreendedor precisa apresentar um plano de negócios para ter ao menos oito funcionários e provar ter capacidade financeira para manter o negócio por ao menos um ano.
"A pessoa tem que ter um nível hierárquico superior e demonstrar capacidade intelectual para fazer a gestão deste time", diz Leda Oliveira, CEO da AG Immigration.
Ela explica que os honorários para o auxílio com o visto variam de acordo com a complexidade do projeto, mas costumam ficar entre US$ 15.000 e US$ 30.000.
Há, ainda, a possibilidade de pagar um valor extra ao governo americano para acelerar o processo e receber uma resposta em até 15 dias.
Francisco Pinheiro Neto, CEO da Fortics, uma empresa B2B que oferece soluções para atendimento, obteve um visto L e abriu uma empresa nos EUA para expandir seus negócios no país.
O empresário concluiu o processo do visto L em menos de um ano, em 2019. Hoje, ele vive em São Paulo, de onde comanda as operações no Brasil e em outros países.
Neto conta que ter uma empresa aberta nos Estados Unidos ajudou a Fortics a ampliar as parcerias com a Meta, o que reduziu custos com intermediários.
"Hoje a Fortics é uma das poucas empresas homologadas pela Meta para fazer a comercialização por canal de WhatsApp. Antes, a gente contratava outras empresas de fora do país, mas elas tinham preços extremamente agressivos para essa comercialização", diz.
"Ao operar esse negócio aqui no Brasil, o custo tributário nos colocaria numa posição de extrema desvantagem em relação a estas empresas que a gente contratava", afirma Neto. Ele aponta que os impostos brasileiros em cascata são o principal entrave.