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Boris Johnson sugere que "cadáveres" prejudicam turismo na Líbia

O ministro britânico gerou polêmica ao dizer que o país apenas precisa "retirar os cadáveres" para impulsionar o turismo local

Boris Johnson: a carreira de Johnson é marcada por suas declarações polêmicas e sua personalidade controversa (Phil Noble/Reuters)

Boris Johnson: a carreira de Johnson é marcada por suas declarações polêmicas e sua personalidade controversa (Phil Noble/Reuters)

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AFP

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 10h11.

O ministro britânico das Relações Exteriores, Boris Johnson, causou polêmica nesta terça-feira, depois de ter declarado que a Líbia pode se tornar um destino atraente para o turismo e os investidores caso "retirem os cadáveres".

Boris, que foi à Líbia em agosto, disse que há empresários britânicos interessados em investir em Sirte, apesar da devastação no país arrasado pela guerra após a queda de Muammar Khadafi em 2011.

"Eles têm uma visão brilhante de como transformar Sirte na próxima Dubai", disse na conferência anual dos conservadores em Manchester, na qual falou das praias de areia branca, da beleza do mar e do potencial dos jovens da cidade.

"A única coisa que precisam fazer é retirar os cadáveres", opinou antes de rir.

A carreira de Johnson é marcada por suas declarações polêmicas e sua personalidade controversa, que seduz uma parte do eleitorado, mas também gera críticas, até de seus colegas.

Seus comentários sobre Sirte, de onde o grupo extremista Estado Islâmico foi expulso em dezembro, foram duramente criticados por Emily Thornberry, que preside a comissão de Relações Exteriores dos trabalhistas.

"Para Boris Johnson tratar estas coisas como uma piada, como um mero inconveniente antes que os empresários britânicos possam transformar a cidade em um balneário, é grosseiro, insensível e cruel", disse a parlamentar trabalhista.

Para a parlamentar Jo Swinson, que preside a comissão de Relações Exteriores do partido Liberal Democrata, Johnson não tem as habilidades diplomáticas necessárias para sua função. Ela pediu, por isso, que a primeira-ministra, Theresa May, o substitua.

Johnson reagiu no Twitter, denunciando que pessoas sem "conhecimentos nem compreensão" sobre o tema da Líbia estavam tentando "fazer política com a espantosamente perigosa realidade em Sirte".

"A realidade é que a retirada dos cadáveres dos combatentes do Daesh (acrônimo em árabe para o EI) tem sido complicada pelos artefatos explosivos", disse. "É por isso que o Reino Unido tem um papel-chave na reconstrução da Líbia, para onde viajei duas vezes neste ano".

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