A violência persiste no país, apesar da presença ''in loco'' dos observadores internacionais (©AFP / Ho)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2012 às 20h44.
Cairo - Pelo menos 51 pessoas morreram ao longo desta sexta-feira na cidade síria de Haula, na província de Homs, devido aos bombardeios do regime sírio, denunciou o grupo opositor Comitês de Coordenação Local.
Segundo este movimento de ativistas, 40 das vítimas, a maioria mulheres e crianças, perderam a vida nas últimas horas, quando se intensificou o ataque.
Quatro membros de uma mesma família morreram e outra pessoa ficou gravemente ferida por ações das forças do regime nesta mesma cidade, aparentemente após terem sido torturadas.
Outras fontes, como o rebelde Exército Livre Sírio, já falam de pelo menos 75 mortes em Haula. Se este número se confirmar, seria uma das maiores escaladas da violência desde que as partes aceitaram um cessar-fogo mediado pelo enviado da ONU Kofi Annan - pacto que tem sido sistematicamente violado.
A violência persiste no país, apesar da presença ''in loco'' dos observadores internacionais encarregados de verificar o cumprimento do plano de paz de Annan, que estabelece o fim das hostilidades entre as partes.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, denunciou nesta sexta-feira que, apesar de a violência ter diminuído na Síria após a chegada dos observadores internacionais, a situação permanece de ''extrema gravidade'' no país, onde persistem os combates e as violações dos direitos humanos.
''Continua havendo incidentes violentos diariamente em todo o país, que deixam um grande número de mortes e feridos, embora em menor escala que antes de 12 de abril'', ressalta Ban em um relatório enviado ao Conselho de Segurança ao qual a Agência Efe teve acesso. O documento critica o descumprimento do plano de paz idealizado por Kofi Annan.
De acordo com dados da ONU, desde março de 2011, mais de 10 mil pessoas morreram na Síria devido à violência politicamente motivada, cerca 230 mil se tornaram refugiadas internas e mais de 60 mil viraram refugiadas internacionais, pois se deslocaram a países limítrofes, como Turquia e Líbano.