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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.
La Paz - O Ministério de Exteriores da Bolívia rejeitou hoje "enfaticamente" a acusação do pré-candidato brasileiro José Serra de que o Governo do presidente Evo Morales é "cúmplice" do narcotráfico.
Um comunicado oficial qualifica de "inescrupulosas" as palavras pronunciadas na quarta-feira pelo pré-candidato do PSDB e acrescenta que são "atribuíveis provavelmente a intenções político-eleitorais de absoluta incumbência de sua candidatura".
A Chancelaria boliviana lembra que os dois países realizam "ações conjuntas na luta contra o flagelo do narcotráfico" e que Morales ratificou seu compromisso contra as drogas.
Por sua vez, o chefe da Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico da Polícia da Bolívia (FELCN), coronel Félix Molina, já havia qualificado hoje de "sumamente perigosa" a acusação de Serra.
"Como diretor da FELCN, considero que é sumamente perigosa", disse Molina à Agência Efe sobre o político brasileiro.
O presidente Morales ainda não comentou a afirmação. Ele viaja ao Rio de Janeiro nesta noite para participar do 3º Fórum da Aliança de Civilizações.
Serra afirmou na quarta-feira que entre 80% e 90% da cocaína que chega ao Brasil procede da Bolívia e que o Governo Morales, portanto, tem de ser "cúmplice" ou culpado por omissão desse enorme tráfico.
"Nem sequer eu, que estou na luta contra o narcotráfico, me encorajo a tachar a alguém de cúmplice sem ter provas", expressou o policial Molina.
O vice-ministro de Defesa Social boliviano, Felipe Cáceres, encarregado da luta contra as drogas, disse à imprensa que a opinião de Serra é "um ponto de vista político" que "não merece nenhuma resposta nem esclarecimento". Segundo ele, "não se deve dar muita importância" ao assunto.