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Bolívia pede à CIJ que Chile retome negociação por acesso ao mar

O representante da Bolívia definiu a disputa pelo Pacífico como um ato de agressão chinela e que seu país foi injustiçado por mais de cem anos

O presidente Evo Morales reconhece a cultura de coexistência pacífica e pluralismo para a integração, disse Rodríguez (David Morales/Reuters)

O presidente Evo Morales reconhece a cultura de coexistência pacífica e pluralismo para a integração, disse Rodríguez (David Morales/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de março de 2018 às 09h14.

Última atualização em 19 de março de 2018 às 09h15.

Haia - O pedido apresentado pela Bolívia à Corte Internacional de Justiça (CIJ) reivindica que o Chile "retorne à mesa de negociação de boa fé" e trate seu eventual "acesso ao mar", disse nesta segunda-feira o representante boliviano em Haia, Eduardo Rodríguez Veltzé.

Rodríguez definiu o início da Guerra do Pacífico como um "ato de agressão" por parte do Chile que resultou em um "desmembramento territorial" da Bolívia, e afirmou que seu país sofreu com esta "injustiça" por "mais de cem anos".

No início das alegações orais, o presidente da CIJ, Abdulqawi Yusuf, agradeceu a presença no tribunal tanto do presidente da Bolívia, Evo Morales, como do chanceler do Chile, Roberto Ampuero.

"Somos um povo paciente e determinado", disse Rodríguez, que lembrou das "promessas" que o Chile fez nos últimos cem anos para tratar a pretensão da Bolívia de ter um acesso soberano ao mar.

Se o alto tribunal da ONU aceitar obrigar o Chile a negociar, "os dois vizinhos, imersos pela cultura do espírito fraternal, poderiam curar as feridas", acrescentou Rodríguez.

O representante da Bolívia lembrou as vigílias convocadas hoje em todo o país para apoiar a reivindicação, e disse que o desejo de obter um acesso soberano ao mar está "no espírito de todas as gerações bolivianas e todos os seus povos representados".

Rodríguez disse que o presidente Evo Morales "reconhece a cultura de coexistência pacífica e pluralismo para a integração" como estabelece a "Constituição boliviana", que define o mar "como patrimônio da humanidade".

"Esta corte contribuiu de maneira significativa para a resolução de outras disputas", disse Rodríguez, que acrescentou que "não há razão para que esta disputa não seja resolvida com uma vitória comum para ambas as partes".

A delegação da Bolívia discursará hoje e amanhã, enquanto a vez do Chile será na quinta e na sexta-feira.

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