Boca de urna aponta liderança de partido de extrema-direita na Itália
Em entrevista exclusiva à EXAME no início deste mês, a líder da direita italiana explicou quais serão as diretrizes de seu eventual futuro governo
Da redação, com agências
Publicado em 25 de setembro de 2022 às 18h45.
Última atualização em 25 de setembro de 2022 às 19h29.
O partido de extrema direita Irmãos da Itália, liderado por Georgia Meloni, encabeçava neste domingo as eleições no país europeu, segundo pesquisas de boca de urna, um fato sem precedentes desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
A formação pós-fascista obtinha entre 22% e 26% dos votos, bem acima de seus aliados de extrema direita do Liga, de Matteo Salvini (8,5-12,5%), e Força Itália, (6-8%), do conservador Silvio Berlusconi.
Em entrevista exclusiva à EXAME no início deste mês, a líder da direita italiana explicou quais serão as diretrizes de seu eventual futuro governo.
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Na entrevista, a primeira concedida para um veículo brasileiro, Meloni falou para os mais de 300 mil brasileiros com cidadania italiana que votarão nesse pleito, explicando seu programa eleitoral e as diretrizes de seu eventual futuro governo.
"O objetivo é reverter o declínio econômico, social e moral que a Itália, infelizmente, está vivenciando há décadas. Esse declínio não é irreversível. Vamos voltar a crescer", diz Meloni.
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Esquerda não conseguiu mobilizar o eleitorado
O Partido Democrático (PD), principal formação de esquerda, não conseguiu mobilizar o eleitorado para frear o avanço da extrema direita, e precisou se conformar com uma cifra que oscila entre 17% e 21%. Já os antissistema do Movimento 5 Estrelas (M5E) obtiveram entre 13,5% e 17,5% dos votos, abaixo da pontuação histórica de mais de 30% alcançada em 2018.
"Segundo as pesquisas de boca de urna, trata-se de um resultado histórico. A coalizão de direita obteria a maior porcentagem de votos registrada por partidos de direita na Europa ocidental desde 1945", reagiu o centro de estudos italianos Cise.