Entre 1,28 e 3,5 milhões de pessoas, de acordo com as autoridades e o sindicato CGT respectivamente, protestaram na terça-feira (AFP/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 8 de março de 2023 às 08h35.
Os bloqueios dos transportes de combustíveis e o cancelamento de viagens de trens prosseguiam nesta quarta-feira, 8, na França, um dia após o maior protesto contra a reforma da Previdência defendida pelo presidente liberal Emmanuel Macron.
Entre 1,28 e 3,5 milhões de pessoas, de acordo com as autoridades e o sindicato CGT respectivamente, protestaram na terça-feira contra as mudanças nas condições de acesso a uma pensão integral, em um dia marcado por greves em vários setores.
Os sindicatos decidiram intensificar as ações com greves prorrogáveis para forçar o governo a retirar o projeto de lei que pretende elevar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030, em tema que será debatido no Parlamento até o fim de março.
Os grevistas bloquearam pelo segundo dia consecutivo os transportes de combustíveis nas refinarias do grupo TotalEnergies, informou à AFP Éric Sellini, representante da CGT no setor.
A refinaria do grupo Petroineos, filial da britânica Ineos e da PetroChina, registrava adesão de 80% dos funcionários à greve. O bloqueio também prosseguiu nas unidades do grupo Esso ExxonMobil.
As refinarias são obrigadas a armazenar o combustível produzido em suas centrais. Quando esgotarem a capacidade, as unidades deverão suspender as atividades, mas para isto o bloqueio terá que ser prorrogado por semanas.
A diretoria da TotalEnergies garantiu na terça-feira que os postos de gasolina não sofrerão falta combustíveis no momento. Em outubro, vários dias de protestos para reivindicar aumento salarial provocaram escassez em um terço dos postos.
O bloqueio também persiste nos quatro terminais de GNL (gás natural liquefeito) e nos depósitos de gás, informou Fabrice Coudour, do sindicato FNME CGT. "Isto vai continuar nos próximos dias, porque o objetivo é pressionar", disse.
A França também registra quedas na produção de energia. Os grevistas informaram na terça-feira uma redução de 13.000 MW nas centrais térmicas e nucleares, equivalente à produção de 12 reatores.
Os transportes também registram problemas pelo segundo dia consecutivo, com cancelamentos de voos e de viagens de trens.