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Blinken diz que EUA têm “plena confiança” na liderança do presidente sul-coreano interino

Visita acontece em meio a crise política desencadeada pelo decreto de lei marcial do chefe deposto Yoon Suk-yeol

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 09h54.

Última atualização em 6 de janeiro de 2025 às 10h11.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse nesta segunda-feira, 6, em uma reunião em Seul com o presidente interino da Coreia do Sul, Choi Sang-mok, que Washington tem "plena confiança" em sua liderança, em um momento marcado pela incerteza política que rodeia o país asiático desde que a lei marcial foi declarada e posteriormente suspensa em dezembro.

Durante a reunião, Blinken declarou que "como amigo da República da Coreia (nome oficial do país), os EUA têm plena confiança na força da democracia coreana, bem como na liderança do governo Choi, e enfatizou que o compromisso dos EUA com a defesa da República da Coreia permanece intacto", segundo relatou o Ministério das Finanças sul-coreano em um comunicado.

Por sua vez, Choi expressou sua gratidão pelo forte apoio e confiança de Washington, destacando que a visita de Blinken em si é uma prova da "força inabalável" da aliança entre Coreia do Sul e EUA.

A visita do secretário de Estado americano ocorre em meio a um clima de grande incerteza política após a destituição do presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, por sua tentativa frustrada de impor a lei marcial em 3 de dezembro.

Choi, que é vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, assumiu o papel de presidente interino depois que a Assembleia Nacional (Parlamento) votou pela destituição de Yoon em 14 de dezembro e, em seguida, do então presidente interino e primeiro-ministro Han Duck-soo, duas semanas depois.

"A aliança de 70 anos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos continua sendo uma pedra angular da paz e da estabilidade na Península Coreana e na região do Indo-Pacífico", acrescentou Blinken, elogiando o progresso alcançado através da cooperação trilateral entre Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos, especialmente após a histórica cúpula de Camp David em agosto de 2023.

Naquela cúpula, Yoon, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o então primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, consolidaram a cooperação trilateral de defesa para enfrentar a Coreia do Norte, que lançou um míssil balístico hoje cedo, no primeiro teste desse tipo em dois meses.

No entanto, o lançamento parece ter ficado em segundo plano em um momento em que Pyongyang deu as costas ao diálogo e fortaleceu significativamente sua cooperação militar com Moscou.

O foco da viagem de Blinken também está no fato de que será sua última visita à Coreia do Sul no cargo, já que Donald Trump se tornará presidente dos EUA em 14 dias.

Trump não só ameaçou exigir muito mais dinheiro de Seul pela presença de tropas americanas no seu território, como também poderá optar por implementar tarifas sobre as exportações sul-coreanas - o que causaria um dano tremendo à quarta maior economia da Ásia, que depende fortemente de mais de 40% do setor estrangeiro - e por desencadear uma guerra comercial aberta que também prejudicaria muito a Coreia do Sul.

Nesse cenário, a visita de Blinken, que pretende se encontrar hoje com seu homólogo sul-coreano, Cho Tae-yul, parece responder à necessidade de reafirmar os laços institucionais de ambos os aliados diante do possível terremoto que Trump pode provocar ao assumir o cargo.

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