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Bill Clinton quer reduzir disparidades na saúde dos EUA

O que não conseguiu realizar em seus últimos dias em 2001, ele espera alcançar através de sua Fundação William J. Clinton


	Disparidades de saúde e doenças evitáveis "estão roubando muitos bons anos das pessoas. Nós não podemos deixar que isso continue", disse Clinton
 (Brendan Hoffman/Getty Images/AFP)

Disparidades de saúde e doenças evitáveis "estão roubando muitos bons anos das pessoas. Nós não podemos deixar que isso continue", disse Clinton (Brendan Hoffman/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2012 às 12h21.

Nova York - Em uma de suas últimas mensagens ao Congresso dos EUA como presidente norte-americano, Bill Clinton declarou que as disparidades na saúde eram "inaceitáveis em um país que valoriza a igualdade e oportunidades iguais para todos", e pediu uma meta nacional para eliminar as disparidades até 2010.

Isso não aconteceu. Mas o que Clinton não conseguiu realizar em seus últimos dias em 2001, ele espera alcançar através de sua Fundação William J. Clinton.

Nesta terça-feira, ele anunciou um dos esforços mais ambiciosos da fundação até hoje: a Clinton Health Matters Initiative vai tentar fechar as diferenças no atendimento de saúde baseadas na renda, raça e educação, e também terá como objetivo doenças evitáveis.

Disparidades de saúde e doenças evitáveis "estão roubando muitos bons anos das pessoas. Nós não podemos deixar que isso continue", disse Clinton em entrevista.

As duas questões têm se revelado entre as mais complicadas na área da saúde, e ninguém sabe se Clinton pode ter sucesso onde outros falharam. Mas sua fundação acumula um histórico de sucesso em questões desde a Aids na África, onde convenceu empresas farmacêuticas a reduzir o preço dos medicamentos anti-HIV, até a obesidade infantil nos Estados Unidos, firmando parceria com empresas de bebidas para tirar as bebidas açucaradas das escolas.

Clinton está adotando uma abordagem semelhante com as novas iniciativas, recrutando a Verizon, a General Electric, a Tenet Healthcare e a NBC/Universal como parceiros corporativos.

Todas as quatro --que juntas empregam cerca de 600.000 pessoas-- vão começar ou ampliar programas de bem-estar em seus locais de trabalho e comunidades para combater doenças evitáveis através de aulas de ginástica gratuitas, organização de grupos de caminhada em bairros pobres, levando feiras de agricultores para "desertos alimentares", onde os supermercados são raros, e com programas para acabar com o tabagismo.


O esforço para reduzir as disparidades de saúde começará em Coachella Valley, na Califórnia --onde as disparidades entre comunidades como Palm Springs e cidades rurais vizinhas estão entre as mais altas do país-- e Little Rock, no Arkansas, Estado natal de Clinton.

A Verizon está lançando uma série de tecnologias para ajudar a reduzir as diferenças de saúde entre as áreas rurais muitas vezes pobres e os subúrbios e cidades mais ricos.

Entre elas, disse Peter Tippett, médico-chefe da prática de tecnologia de informação de saúde da Verizon, estão redes que permitam a médicos rurais enviar imagens de raios-X e leituras de eletrocardiograma para os hospitais para análise; redes sem fio para que os pacientes possam medir a sua própria pressão arterial e fazer outras leituras e enviá-las para o seu médico; e tecnologia que alerta automaticamente um médico quando um paciente com uma doença crônica piora.

Anos perdidos

A redução das disparidades de saúde não é apenas uma questão de justiça, disse Clinton, mas também de economia.

"Estamos dedicando mais de 17 por cento do nosso PIB para os custos de saúde, e os próximos países que mais gastam --Alemanha e França-- estão em 11 ou 12 por cento", disse Clinton em uma entrevista. "Mas nós não estamos ficando mais saudáveis." Os EUA estão classificados bem abaixo de muitos outros países industrializados em mortalidade infantil, mortes por doenças cardíacas e outras medidas.

Se os custos de saúde dos EUA caírem para o porcentual do PIB dos demais países que mais gastam --uma economia de 6 por cento perto de 1 trilhão de dólares-- "a economia poderia ser utilizada para aumentos salariais e investimentos em educação e tecnologia", disse Clinton.

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