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Biden pressiona, mas Netanyahu diz que opções ainda estão abertas em Gaza

Presidente americano pediu uma desaceleração significativa do conflito nesta quarta-feira

Conflito Israel-Gaza: jovem palestino procura itens recuperáveis ​​em meio aos escombros do prédio Kuhail, que foi destruído em um ataque aéreo israelense na cidade de Gaza em 18 de maio de 2021. (MAHMUD HAMS/AFP)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de maio de 2021 às 20h36.

O primeiro-ministro de Israel , Binyamin Netanyahu, advertiu nesta quarta-feira, 19, que todas as opções permanecem sobre a mesa na luta contra o grupo radical islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza. A declaração foi dada após um pedido do presidente americano, Joe Biden, para uma desaceleração significativa do conflito ainda nesta quarta-feira, 19.

"Há apenas duas possibilidades para enfrentá-los: seguir até o fim, que ainda é uma possibilidade, ou a dissuasão. E atualmente estamos imersos em uma dissuasão firme", disse Netanyuahu a embaixadores em Tel-Aviv. "Devo afirmar que não descartamos nenhuma opção", completou.

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Um comunicado divulgado pela Casa Branca, após a quarta conversa entre Biden e Netanyahu desde o início da crise atual, explicou que o presidente expressou ao primeiro-ministro que espera uma significativa desescalada hoje para encaminhar um cessar-fogo.

Os comentários duros de Netanyahu marcaram o primeiro conflito público entre os dois aliados desde o início da luta na semana passada e podem complicar os esforços internacionais para se chegar a um cessar-fogo. Sua reação também mergulha a dupla em um difícil teste inicial para a relação EUA-Israel.

Israel continuou a atacar alvos do Hamas em Gaza com bombardeios aéreos, enquanto militantes palestinos lançaram foguetes ao longo do dia contra Israel. Em outro sinal de escalada potencial militantes no Líbano dispararam uma sequência de foguetes contra o norte de Israel. O Exército de Israel informou na noite desta quarta-feira que revidou.

Depois de uma visita ao quartel-general militar, Netanyahu disse que aprecia "o apoio do presidente americano", mas disse que Israel seguirá em frente para devolver "calma e segurança" aos cidadãos israelenses.

Pressão por cessar-fogo

A comunidade internacional tem se mobilizado na tentativa de encontrar uma solução para o fim da violência entre israelenses e palestinos. O próprio Biden vem pressionando o premiê israelense a aceitar um cessar-fogo desde o começo da semana - embora publicamente a Casa Branca mantenha o apoio irrestrito a Israel - mas subiu o tom nesta quarta-feira.

Negociadores egípcios também têm trabalhado para interromper os combates, e um diplomata egípcio disse que altos funcionários aguardavam a resposta de Israel a uma oferta de cessar-fogo. O diplomata falou sob condição de anonimato, de acordo com o regulamento.

Moussa Abu Marzouk, um alto funcionário do Hamas, disse à estação libanesa Mayadeen TV que esperava um cessar-fogo em um ou dois dias.

Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, disse que voaria para a região na quinta-feira para conversas com israelenses e palestinos. O Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que os ministros das Relações Exteriores da Eslováquia e da República Checa se juntariam a ele após serem convidados "a expressar sua solidariedade e apoio" a Israel.

No início do dia, o Exército israelense disse que estava ampliando seus ataques contra alvos militantes no sul de Gaza para conter os disparos contínuos de foguetes do Hamas. Pelo menos nove pessoas foram mortas nesta quarta-feira na Faixa de Gaza.

A atual rodada de combates entre Israel e Hamas começou em 10 de maio, quando o grupo militante disparou foguetes de longo alcance em direção a Jerusalém após dias de confrontos entre manifestantes palestinos e a polícia israelense no complexo Esplanada das Mesquitas, um local sagrado para judeus e muçulmanos .

Táticas violentas da polícia no complexo e a ameaça de despejo de dezenas de famílias palestinas por colonos judeus inflamaram as tensões.

Desde então, Israel lançou centenas de ataques aéreos que dizem ter alvejado a infraestrutura do Hamas. O grupo e outros aliados militantes inseridos em áreas residenciais dispararam cerca de 4 mil foguetes contra cidades israelenses, com centenas falhando e a maioria do restante interceptado ou pousando em áreas abertas.

Pelo menos 227 palestinos foram mortos, incluindo 64 crianças e 38 mulheres, com 1.620 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que não divide os números entre combatentes e civis. O Hamas e a Jihad Islâmica afirmam que pelo menos 20 de seus combatentes foram mortos, enquanto Israel afirma o número é de pelo menos 140. Cerca de 58 mil palestinos fugiram de suas casas.

Doze pessoas em Israel, incluindo um menino de 5 anos, uma menina de 16 anos e um soldado, foram mortas.

Os foguetes lançados por militantes no Líbano contra o norte de Israel ameaçaram abrir uma nova frente de combate. O ataque com foguete, que atraiu fogo de artilharia israelense em resposta, mas não causou feridos, levantou a possibilidade de arrastar Israel para um conflito renovado com o poderoso grupo militante libanês Hezbollah ao norte.

Ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque, e o Hezbollah, que travou uma guerra de um mês contra Israel em 2006, ficou de fora da luta por enquanto.

Acredita-se que os foguetes foram disparados por facções palestinas instaladas no sul do Líbano. Mas eles não podem operar sem o consentimento tácito do Hezbollah, e a quantidade de disparos parece ser cuidadosamente calibrada para enviar uma mensagem política de que o grupo, que possui dezenas de milhares de mísseis, pode se juntar à batalha a qualquer momento.

Israel considera o Hezbollah sua maior ameaça e tem afirmado que fará uma destruição generalizada no Líbano se a guerra estourar.

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