BID critica baixa produtividade na América Latina
Rio de Janeiro - Relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aponta que a economia latino-americana sofre com o crescimento lento crônico por causa da baixa produtividade. E a concentração dos recursos em grandes empresas é o principal entrave para o desenvolvimento da região, diz o relatório A Era da Produtividade. O Brasil aparece no […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - Relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aponta que a economia latino-americana sofre com o crescimento lento crônico por causa da baixa produtividade. E a concentração dos recursos em grandes empresas é o principal entrave para o desenvolvimento da região, diz o relatório A Era da Produtividade. O Brasil aparece no 8º lugar da tabela de Produtividade Relativa na América Latina, com 57,3% a menos em relação aos Estados Unidos (EUA), líder no continente. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita brasileiro é 20,7% menor do que PIB/per capta dos EUA.
Melhorar a capacidade de inovação tecnológica, a disponibilidade de créditos e impostos mais baixos, principalmente para as pequenas empresas, são algumas indicações apresentadas para a melhoria das condições sócio-econômicas da região. A tendência mundial é de que o setor de serviços cresça: em 2005 essa área correspondia a 61,8% da economia.
"No setor manufatureiro e, sobretudo, nos serviços, a América Latina tem problemas gravíssimos. A produção está intimamente ligada ao índice per capita, um país latino-americano podia ter aumentado seu [índice] per capita em 54% se a produtividade tivesse crescido como no resto do mundo. Os desafios são grandes, mas o momento é propício para assegurar um melhor futuro para a região", afirmou Carmem Pagés, chefe da Divisão de Mercados de Trabalho do BID, que edita o relatório.
Segundo Pedro Cavalcanti, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o produto per capita brasileiro sempre perdeu espaço relativo se comparado aos países líderes e só nos últimos cinco anos vem crescendo de forma mais acelerada. Para o país crescer é necessária uma política para aumentar o grau de eficiência da produtividade. Segundo Cavalcanti, isso só é possível por meio de políticas na área da educação. "A gente está mal em qualidade e quantidade em termos de educação. Todo ano entra muita gente mal qualificada no setor de serviços, no qual se encontram 65% da mão de obra brasileira. [mal qualificada] Porque estão longe do campo e não têm qualificação para a indústria. A solução passa por educação e erradicação da pobreza", afirmou Cavalcanti.