Silvio Berlusconi ao celular: dos 23 legisladores da centro-direita, oito se mostraram contrários à cassação, mas 15 são favoráveis à expulsão (Tony Gentile/Reuters)
Da Redação
Publicado em 4 de outubro de 2013 às 10h03.
Roma - O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi não compareceu nesta sexta-feira na audiência pública da Junta para a Imunidade e as Eleições encarregada de discutir a retirada de sua cadeira no Senado e na qual o político poderia se pronunciar para se defender.
A sessão da Junta, convocada após a condenação definitiva a quatro anos de prisão imposta a Berlusconi por fraude fiscal, durou pouco mais de uma hora.
Após a audiência, os membros da Junta se retiraram para deliberar, mas ainda não se sabe os prazos para a divulgação da decisão, que será comunicada ao plenário de Senado, que também deverá se pronunciar.
Os números no Senado não estão a favor de Berlusconi: dos 23 legisladores da centro-direita, oito se mostraram contrários à cassação, mas 15 são favoráveis à expulsão.
Berlusconi disse que não tinha intenção de se apresentar na audiência da Junta pois, segundo ele, "a sentença do processo Mediaset é uma sentença política".
"Obterei perante o Tribunal Europeu (de Estrasburgo) a revisão do processo e a anulação da sentença".
Durante a breve duração da sessão, Renato Schiffani, porta-voz no Senado do partido de Berlusconi, o Povo da Liberdade (PdL), denunciou que um dos membros da Junta pertencente ao Movimento 5 Estrelas expressava nas redes sociais "juízos vulgares e ofensivos" contra Berlusconi e violava o regulamento.
A Junta para as Eleições do Senado aborda a possibilidade de retirar Berlusconi da casa a partir de uma lei que entrou em vigor em janeiro.
Segundo ela, fica proibida a presença no Parlamento de pessoas com penas de prisão definitivas superiores a dois anos. Além disso, a lei prevê a perda de direitos políticos por pelo menos seis anos em condenações deste tipo.
A condenação de Berlusconi a quatro anos de prisão por fraude fiscal foi emitida em 1º de agosto pela Suprema Corte. O período de reclusão, no entanto, ficou reduzido a um ano, graças à lei de indultos de 2006.