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Berlusconi é condenado a 3 anos de prisão por suborno

Tribunal condenou o ex-premiê italiano por suborno de senador para facilitar queda de governo em 2008


	Silvio Berlusconi: procuradoria tinha pedido uma pena de prisão de cinco anos para Berlusconi
 (Andreas Solaro/AFP)

Silvio Berlusconi: procuradoria tinha pedido uma pena de prisão de cinco anos para Berlusconi (Andreas Solaro/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2015 às 16h37.

Roma - O Tribunal de Nápoles condenou nesta quarta-feira a três anos de prisão, por corrupção, o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi no caso do suborno de um senador com o objetivo de facilitar a queda do governo de Romano Prodi em 2008.

Além disso, o tribunal napolitano condenou à mesma pena o ex-diretor do jornal "L'Avanti" Valter Lavitola, acusado de mediar o suborno.

A procuradoria tinha pedido uma pena de prisão de cinco anos para Berlusconi e de quatro anos e quatro meses para Lavitola.

Berlusconi, que não assistiu à leitura da sentença no tribunal napolitano, foi considerado pelos juízes, após várias horas de deliberações, autor material do suborno.

No caso de Berlusconi a expectativa é que o crime prescreva e ele não tenha que cumprir a pena, já que a tramitação da provável apelação de seus advogados ultrapassará esse período.

Um de seus advogados de defesa, Niccolò Ghedini, disse que a sentença é "injusta e injustificada" e acrescentou que, apesar de o crime prescrever em 6 de novembro, confia que o Tribunal de Apelação absolverá o ex-primeiro-ministro.

Lavitola já está preso na penitenciária de Secondigliano por múltiplas condenações em outros processos.

Berlusconi declarou no final de junho, quando foi divulgado o pedido da procuradoria, que a solicitação de cinco anos de prisão contra ele estava alinhada "com a tradição dos piores processos políticos".

"O pedido da procuradoria de Nápoles se choca com a realidade e com todos os resultados processuais, alinhado à tradição dos piores processos políticos. Confio que o Tribunal quererá rapidamente restituir a verdade dos fatos e pronunciar uma sentença totalmente absolutória", afirmou na época.

Os advogados de Berlusconi argumentaram que "todas as testemunhas e todas as provas documentais mostraram a total inconsistência da acusação".

Os procuradores consideraram que o magnata fez o executivo de Prodi (2006-2008) cair ao comprar o voto do senador Sergio De Gregorio, que deixou seu então partido, Itália de Valores, parte da coalizão governamental, para entrar no partido de Berlusconi à época, Povo da Liberdade.

Seu voto e o de outros senadores que também abandonaram a maioria no governo acabaram precipitando a queda do Executivo de Prodi durante uma votação no Senado em 2008. Ele foi sucedido pelo terceiro e último Executivo de Berlusconi (2008-2011).

Esta tese se baseia na declaração do próprio De Gregorio, que confessou ter recebido três milhões de euros, ao fechar um acordo e receber pena de um ano e oito meses de prisão.

De Gregorio também reconheceu ser mediador no pagamento a Lavitola.

Os procuradores reconstruíram na sala de aula do Tribunal de Nápoles todo o caso e explicaram aos juízes da Primeira Seção Penal que Berlusconi tinha a intenção de investir dezenas de milhões de euros para corromper senadores.

"Não só é um episódio de corrupção, mas um episódio de gravidade extrema. Estou convencido que outros também participaram como De Gregorio, só que não conseguimos identificá-los", apontou Milita, citado pela imprensa italiana.

"Era uma operação destinada a subverter a ordem democrática. Uma página obscura na política italiana. Se a ferrugem da corrupção enrola o núcleo da democracia, o perigo é grandessíssimo", acrescentou.

A condenação aconteceu em um momento em que Berlusconi, de 79 anos, retornou à cena pública após superar outras contas que tinha pendentes com a Justiça.

Em fevereiro terminou de cumprir sua pena de um ano de trabalhos sociais pelo crime de fraude fiscal no "Caso Mediaset". Além disso, a Corte Suprema confirmou em março sua absolvição nas acusações de abuso de poder e incitação à prostituição d e menores no chamado "Caso Ruby". 

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